É inegável que a modernidade trouxe consigo grandes
benefícios para a humanidade. Hoje, temos acesso a pessoas, informações e
produtos de maneira quase instantânea. Distâncias e temos foram virtualmente
eliminados. Essa nova realidade, contudo, tem também os seus contratempos.
Zygmunt Bauman, ilustre sociólogo polonês criador do
conceito de “modernidade líquida” e um dos mais influentes pensadores da
atualidade, afirmou em recente visita ao Brasil: “Se demoramos mais de um minuto
para acessar a internet quando ligamos o computador, ficamos furiosos. Um
minuto só! Nosso limiar de paciência diminuiu. Outra coisa é a persistência.
Conseguir algo contém em si um número de fracassos que faz com que você perca
tempo e tenha que recomeçar do zero. E isso é muito complicado. Não é fácil
manter essa persistência nesse ambiente com tanto ruído e tantas informações
que fluem ao mesmo tempo de todos os lados.
O ser urbano e globalizado da atualidade vai, cada
vez mais, perdendo contato com os ciclos e processos naturais de
desenvolvimento presentes em cada aspecto da natureza, passando a acreditar que
todos os mecanismos da vida são regidos pela mesma velocidade do mundo em que
está inserido. Em termos de conquistas espirituais, no entanto, o processo é
muito diverso, como nos adverte o benfeitor Emmanuel: “Não te creias capaz de
trair o espírito de sequência que rege todas as forças e todas as tarefas da
natureza”.
É por alimentarem a ilusão de que as aparentes
facilidades da modernidade estarão também presentes na busca pelos valores
eternos que muitos se frustram e acabam desistindo ante os primeiros obstáculos
encontrados, perdendo preciosas oportunidades de crescimento espiritual. Tudo
que traga consigo algum tipo de dificuldade ou exija uma maior cota de
sacrifício e de tempo para ser alcançado é então descartado, tido como
inconveniente, valorizando-se assim, na maioria das vezes, as conquistas
transitórias em detrimento das imperecíveis.
Disse-nos, porém, o Mestre: “quem perseverar até ao
fim, esse será salvo”. O termo utilizado pelo evangelista, traduzido no texto
como perseverar, está vinculado à palavra grega hypomoné, de significação
ampla, à qual também se podem relacionar, além da perseverança, a resistência,
a firmeza e a paciência. Por essa razão, ora é traduzida nos evangelhos como
perseverança, cora como paciência. Fica assim evidenciada a profunda ligação
entre estas duas virtudes, definidas por Jesus como essenciais para a salvação,
isto é, para a redenção espiritual do ser. Complementa ainda Emmanuel: “O tempo
não respeita as edificações que não ajudou a fazer. Sem o concurso do tempo,
secundado pela perseverança e pela paciência, não existem deificações reais
para o espírito.
As Leis Divinas não se harmonizam com privilégios ou
subterfúgios. A questão é de vontade e esforço pessoal, de saber perseverar,
com paciência, até à conquista dos valores imortais. Para todo aquele, pois,
que se propõe a seguir as pegadas imperecíveis do Divino Mestre, ecoam, pelos
séculos afora, as sublimes palavras: “Com a vossa perseverança adquiram as
vossas almas”.
Artur Valadares
Fonte: Jornal Tribuna
do Espiritismo – nov/2015
imagem: google
2 comentários:
Pois é cara amiga Denise, as pessoas estão perdendo a paciência e ficando intranquilas diante de qualquer imprevisto. Estamos valorizando, sobremaneira, o efêmero e o supérfluo em detrimentos dos valores eternos.
Um abraço. Tenhas um ótimo fim de semana.
Nesse Domingo
Tenho o privilégio de te abraçar
depois de uma longa pausa.
Nesse Domingo
Um motivo especial me fez
visitar da forma que posso.
Saudades..esse foi o motivo.
Agradeço pelo carinho da sua doce amizade.
Amizade é o amor mais bonito e talvez o
mais duradouro que se pode ter por alguém ..
Um Domingo abençoado.
Uma nova semana de vitórias .
Abraços sinceros e carinhoso.
Evanir..
Pelos caminhos da Luz..
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