Existem mágoas tão fortes que parecem que não vão
desaparecer nunca. É quando nos sentimos profundamente traídos por pessoas a
quem confiávamos e/ou amávamos muito. Para esses casos uma amiga farmacêutica sugere o curativo do
perdão.
Detectada este tipo de mágoa em nosso íntimo é
necessário querer perdoar. Querer perdoar é o curativo. Mas só por isso não é
suficiente. É necessário que o curativo seja acompanhado de algum medicamento.
O medicamento, que nesse caso, é a oração diária pela pessoa que nos
prejudicou.
No Evangelho, na bíblia, Jesus, nos pede para amar os
nossos inimigos. Mas como? Amar os inimigos é não querer mal à eles, mas sim
torcer para que sejam felizes, até porque sendo felizes eles nos deixarão em
paz.
Os amigos nós amamos e queremos que permaneçam ao
nosso lado porque confiamos neles, são como tesouros em nossa vida. Portanto,
amar os amigos é diferente de amar os inimigos.
Não é fácil orar e querer bem a quem nos prejudicou.
Comecemos escrevendo o nome da pessoa em uma folha de papel. Diariamente vamos
ler aqueles nomes mentalizando o melhor para eles.
No início vamos fazer isso mecanicamente, sem nenhum
sentimento verdadeiro, apenas com a intenção de sentir. Aplicaremos este
medicamento todos os dias na ferida. Insistindo nessa terapêutica por alguns
meses, perceberemos que sentimos com o coração o que fala a nossa boca.
O curativo colocado junto com o medicamento é para proteger
a ferida, para evitar que fique exposta à infecção ou inflamação. Expor a
ferida da mágoa é lembrar do fato e, cada vez que lembramos, sentimos dores. É
como se estivéssemos repetindo o ocorrido.
As lembranças nos levam de volta ao acontecimento provocando
todas as reações de adrenalina, aceleração dos batimentos cardíacos,
amolentamento das pernas, ou seja, sentimos tudo de novo e isto é uma violência
contra o nosso próprio corpo. Um amigo me disse certa feita que sentir ódio,
alimentar mágoa, é como envenenar o inimigo tomando você o cálice do veneno.
Então, por um tempo, deixe o curativo agir juntamente
com o medicamento, ou seja, tente esquecer o fato. Para conseguir, evite tocar
no assunto. Existem os corvos de
plantão, pessoas que adoram lembrar situações da qual nós fomos vítimas, para
que nos sintamos coitadinhos.
Quando os corvos aparecerem e tocarem no fato,
fujamos educadamente do assunto de forma que percebam que não queremos falar de
tal episódio. Se for preciso, nos expressemos dizendo: “Não quero falar sobre
isso.”
Mantendo o curativo firme e não esquecendo do
medicamento diário, em um prazo de três a seis meses, dependendo da mágoa,
sentiremos a diferença. Parece muito tempo, porém, existem pessoas que guardam
estas mágoas a vida inteira.
Então, um dia, alguém ou nós mesmos, tocaremos no
assunto e perceberemos que a ferida embaixo do curativo está cicatrizada. É
importante lembrar que não é simplesmente esquecer ou depositar no
inconsciente. De acordo com a psicanálise, isto traria como conseqüência
doenças diversas mais tarde.
A proposta é esquecer de forma terapêutica. Não só
evitar lembrar do fato mas orar diariamente pela pessoa que imaginamos ser o
nosso algoz. Não existem vítimas e algozes. Todos os seres humanos são espíritos
à caminho da luz.
Do livro: Terapêutica
do Perdão – Aloísio Silva
imagem: google
Um comentário:
Boa tarde, querida Denise!
Hoje tive a oportunidade de exercer o perdão pela Graça Divina e estou desfrutando da paz que só Ele sabe dar após o Dom recebido...
Bjm muito fraternal
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