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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O PERDÃO E O CURATIVO

                Existem mágoas tão fortes que parecem que não vão desaparecer nunca. É quando nos sentimos profundamente traídos por pessoas a quem confiávamos e/ou amávamos muito. Para esses casos uma  amiga farmacêutica sugere o curativo do perdão.
                Detectada este tipo de mágoa em nosso íntimo é necessário querer perdoar. Querer perdoar é o curativo. Mas só por isso não é suficiente. É necessário que o curativo seja acompanhado de algum medicamento. O medicamento, que nesse caso, é a oração diária pela pessoa que nos prejudicou.
                No Evangelho, na bíblia, Jesus, nos pede para amar os nossos inimigos. Mas como? Amar os inimigos é não querer mal à eles, mas sim torcer para que sejam felizes, até porque sendo felizes eles nos deixarão em paz.
                Os amigos nós amamos e queremos que permaneçam ao nosso lado porque confiamos neles, são como tesouros em nossa vida. Portanto, amar os amigos é diferente de amar os inimigos.
                Não é fácil orar e querer bem a quem nos prejudicou. Comecemos escrevendo o nome da pessoa em uma folha de papel. Diariamente vamos ler aqueles nomes mentalizando o melhor para eles.
                No início vamos fazer isso mecanicamente, sem nenhum sentimento verdadeiro, apenas com a intenção de sentir. Aplicaremos este medicamento todos os dias na ferida. Insistindo nessa terapêutica por alguns meses, perceberemos que sentimos com o coração o que fala a nossa boca.
                O curativo colocado junto com o medicamento é para proteger a ferida, para evitar que fique exposta à infecção ou inflamação. Expor a ferida da mágoa é lembrar do fato e, cada vez que lembramos, sentimos dores. É como se estivéssemos repetindo o ocorrido.
                As lembranças nos levam de volta ao acontecimento provocando todas as reações de adrenalina, aceleração dos batimentos cardíacos, amolentamento das pernas, ou seja, sentimos tudo de novo e isto é uma violência contra o nosso próprio corpo. Um amigo me disse certa feita que sentir ódio, alimentar mágoa, é como envenenar o inimigo tomando você o cálice do veneno.
                Então, por um tempo, deixe o curativo agir juntamente com o medicamento, ou seja, tente esquecer o fato. Para conseguir, evite tocar no assunto.  Existem os corvos de plantão, pessoas que adoram lembrar situações da qual nós fomos vítimas, para que nos sintamos coitadinhos.
                Quando os corvos aparecerem e tocarem no fato, fujamos educadamente do assunto de forma que percebam que não queremos falar de tal episódio. Se for preciso, nos expressemos dizendo: “Não quero falar sobre isso.”
                Mantendo o curativo firme e não esquecendo do medicamento diário, em um prazo de três a seis meses, dependendo da mágoa, sentiremos a diferença. Parece muito tempo, porém, existem pessoas que guardam estas mágoas a vida inteira.
                Então, um dia, alguém ou nós mesmos, tocaremos no assunto e perceberemos que a ferida embaixo do curativo está cicatrizada. É importante lembrar que não é simplesmente esquecer ou depositar no inconsciente. De acordo com a psicanálise, isto traria como conseqüência doenças diversas mais tarde.
                A proposta é esquecer de forma terapêutica. Não só evitar lembrar do fato mas orar diariamente pela pessoa que imaginamos ser o nosso algoz. Não existem vítimas e algozes. Todos os seres humanos são espíritos à caminho da luz.


Do livro: Terapêutica do Perdão – Aloísio Silva
imagem: google

Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde, querida Denise!
Hoje tive a oportunidade de exercer o perdão pela Graça Divina e estou desfrutando da paz que só Ele sabe dar após o Dom recebido...
Bjm muito fraternal