Um semeador,
como fazia todos os dias, saiu de casa e se dirigiu ao seu campo para nele
semear os grãos de trigo que possuía, honrando a Deus com seu trabalho honesto.
Começou a
semeadura. Enquanto lançava as sementes ao campo, algumas caíram no caminho, na
pequena estrada que ficava no meio da seara. Os passarinhos costumam acompanhar
os semeadores ao campo, para comer as sementes que caem ao chão. Alguns grãos
caíram à beira da estrada, e os passarinhos, rápidos, desceram e os comeram.
O semeador, porém, continuou semeando. Outras
sementes caíram num lugar pedregoso. Havia ali muitas pedras e pouca terra. As
sementes nasceram logo naquele solo, que não era profundo. O trigo cresceu
depressa, mas, vindo o sol forte, foi queimado; e como suas raízes não
cresceram por causa das pedras, murchou e morreu.
Outros grãos
caíram num pedaço do campo onde havia muitos espinheiros. Quando o trigo
cresceu, foi sufocado pelos espinhos e também morreu.
Uma última
parte das sementes caiu numa terra boa e preparada, longe dos pedregulhos e das
sarças.
E o trigo
ali semeado deu uma colheita farta. Cada grão produziu outros cem, outros
sessenta ou outros trinta...
(Mateus, capítulo 13º,
versículos 1 a
9, e 18, a
23)
*
As
nossas almas são comparáveis aos quatro terrenos da história: “o terreno do caminho”, “o solo cheio de
pedras”, “a terra cheia de espinheiros e “o terreno lavrado e bom”.
Jesus é o Divino Semeador. A semente
é a Sua Palavra de bondade e de sabedoria. E os diversos terrenos são os
nossos corações, os nossos Espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio
de bondade para conosco.
O modo como damos resposta ao amor
cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica espiritualmente, isto é, mostra
que espécie de terreno existe
em nossa alma. Cada coração humano é uma espécie de terra, um dos quatro solos
da parábola.
Vejamos, então:
Quando alguém ouve a palavra do
Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe dá valor, aparecem as forças do
mal (os Espíritos maldosos, desencarnados ou encarnados) e arrebatam o que foi
semeado no seu coração, tais como os passarinhos comeram as sementes...
Fazendo com que a alma esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa,
fazendo com que ela se desinteresse das coisas espirituais. E a alma fica indiferente
aos ensinamentos divinos. O coração dessa pessoa é semelhante ao “terreno do caminho”, onde a semente
não chegou a penetrar.
O terreno pedregoso é a imagem da pessoa
que recebe os ensinos de Jesus com muita alegria. São exemplos as pessoas
entusiasmadas com o serviço cristão, mas
cuja animação dura pouco. Quando surgem as zombarias, as perseguições ou os
sofrimentos, a alma, que é inconstante, abandona o caminho do Evangelho.
O terceiro solo é a “terra cheia de espinheiros “. É o caso das pessoas que recebem
a palavra do Evangelho, mas, depois abandonam o caminho cristão por causa das
grandezas falsas do mundo e da sedução das riquezas. Ouviram o Evangelho, mas
se interessaram mais pelos negócios, pelos lucros, pelas vaidades da vida,
pelo cuidado exclusivo das coisas da terra.
O quarto terreno, “a terra lavrada e boa, é o símbolo
do coração que escuta o Evangelho, procurando compreendê-lo e praticá-lo na
vida. E a alma que estuda a palavra do Senhor, percebendo que está neste mundo
para aprender a Verdade e o Bem. E, assim, dá frutos de bondade e eleva-se para
Deus. Abandona seus vícios e maus hábitos, dedicando-se à prática das virtudes,
guardando a fé no coração, socorrendo carinhosamente os necessitados e
sofredores e buscando os conselhos de Deus no Evangelho de Cristo.
O coração do
homem de bem é o bom terreno da
parábola: cada semente de Jesus se transforma em trinta, sessenta ou cem bênçãos
de bondade, de fé e de auxílio ao próximo. Este homem deseja conhecer sempre mais
e melhor os ensinos cristãos. E se esforça sinceramente para fazer a Vontade
Divina: amar e perdoar, crer e ajudar, aprender e servir.
Que você,
guardando a humildade de coração, se esforce para ser, se ainda não o é, o bom terreno, que recebe os grãos de
luz do Divino Semeador e dá muitos frutos de sabedoria e bondade.
Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES
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