O
limite do trabalho é o das forças. Fonte de equilíbrio físico e moral, o
trabalho deve ser exercido por tanto tempo quanto nos mantenhamos válidos.
Nações existem, inclusive o Brasil, onde se considera
uma conquista social a promulgação de leis previdenciárias.
A natureza exige o emprego de nossas energias e
aqueles que se aposentam, sentindo-se ainda em pleno gozo de suas forças
físicas e mentais, depressa caem no fastio, tornando-se desassossegados,
irritadiços ou hipocondríacos.
Alguns tentam eliminar o vazio de suas horas em
viagens; outros, em diversões; quase todos, porém, se cansam de uma coisa e
outra, entregando-se, por fim, ao alcoolismo, à jogatina e a outros vícios que
lhes arruínam, de vez, tanto a saúde como a paz íntima.
Abalizados psiquiatras e psicanalistas afirmam, com
exato conhecimento de causa, que todos os seres humanos precisam encontrar
alguma coisa que possam fazer, pois ninguém consegue ser feliz sem que se sinta
útil ou necessário a alguém.
Se formos homens de negócios, ao invés de os
interrompermos bruscamente, convém que, ao atingirmos certa idade, diminuamos o
ritmo de nossas ocupações ou o peso de nossas responsabilidades, repartindo-as
gradativamente com nossos auxiliares ou com aqueles que devam suceder-nos,
adquirindo, ao mesmo tempo, algum outro interesse que mantenha ocupado o nosso
intelecto.
Se assalariados, que encontremos, ao aposentar-nos,
uma ocupação leve, porém proveitosa, com que preencher saudavelmente nossa
vida.
Condenar-nos à completa ociosidade é a pior coisa que
pode acontecer a alguém.
Do Livro: As Leis
Morais – Rodolfo Calligaris
Um comentário:
É maravilhoso nos sentirmos úteis! o trabalho nos enobrece, nos sustenta e nos ajuda a manter a mente ocupada, longe da preguiça e da inércia! Belíssimo texto!!
Tenha uma ótima semana, Denise querida!!
Beijinhos!!♥
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