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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O PROBLEMA DO ESPAÇO I

     
     A diminuição do espaço retira a liberdade, restringindo-a, na razão do volume daqueles que o ocupam, o que dá mar­gem à promiscuidade no relacionamento das pessoas, com o conseqüente desrespeito entre elas mesmas.
Inconscientemente, a preservação do espaço se torna um direito de propriedade, que adquire valores crescentes em re­lação à sua escassez e localização.
O homem, como qualquer outro animal, luta com todas as forças e por todos os meios para a manutenção da sua pos­se, a dominação do espaço adquirido e, às vezes, pelo que gostaria de possuir, tombando nas ambições desmedidas, na ganância.
No relacionamento social, cada indivíduo é cioso dos seus direitos, do seu espaço físico e mental, da sua integridade, da sua intimidade, zelando pela independência de ação e condu­ta nestas áreas comportamentais.
Quando os sentimentos afetivos irrompem e ele deseja repartir a sua liberdade com a pessoa amada, naturalmente espera compartir dos valores que ela possui, numa substitui­ção automática daquilo que irá ceder. Trata-se de uma con­cessão-recepção, gerando uma ação cooperativista.
A princípio, o encantamento ou a paixão substitui a ra­zão, quebrando um hábito arraigado, sem chance de preen­chê-lo por um novo, que exige um período de consciente adap­tação para uma convivência agradável, emocionalmente re­tributiva. Apesar disso, ficam determinados bolsões que não podem ou não devem ser violados, constituindo os remanes­centes da liberdade de cada um, o reino inconquistado pelo alienígena.
Nos relacionamentos das pessoas imaturas, os espaços são, de imediato, tomados e preenchidos, tornando a convivência asfixiante, insuportável, logo passam as explosões do desejo ou os artifícios da novidade.
Surgem, nesse período, as discussões por motivos fúteis, que escamoteiam as causas reais, nascendo as mágoas e ran­cores que separam os indivíduos e, às vezes, os arruínam.
Nas afeições das pessoas amadurecidas psicologicamen­te, não há predominância de uma vontade sobre a do outro, porém, um bom entrosamento que sugere a eleição da suges­tão melhor, sem que ocorra a governança de uma por outra vida, que a submetendo aos seus caprichos comprime-a, esti­mulando as reações de malquerença silenciosa que explodi­rá, intempestivamente, em luta calamitosa.
Por isto mesmo, o afeto conquista sem se impor, deixan­do livres os espaços emocionais, que substituem os físicos cedidos, ampliando-se os limites da confiança, que permite o trânsito tranqüilo na sua e na área do ser amado, que lhe não obstaculiza o acesso, o que é, evidentemente, de natureza re­cíproca.

(continua)


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis


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4 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Amiga Denise, ao fim do post tem-se a resposta para as inúmeras relações afetivas rompidas, que não conseguiram atravessar o tempo em consequência dos sentimentos arbitrários, egóticos, unilaterais...
Um abraço. Tenhas uma noite iluminada.

Leonice disse...

Olá Denise, boa tarde querida.
Ando um pouquinho afastada quase sem tempo... Mas sempre que possível vou visitando os amigos.
Estou achando muito interessante esse texto é muito bom!
Abraços amiga, Deus a abençoe sempre.

tesco disse...

Devemos, sim, deixar espaço para outrem decidirem o que desejam fazer de sua vida, a responsabilidade pelo seu destino não é nossa, é deles mesmos. Pode até nos ser doloroso, mas temos que respeitar o livre-arbítrio de cada um, e não asfixiá-los, impondo sempre nossa vontade.
Beijos.

Ilca disse...

Olá Denise querida,
Magnífico texto! Aprender e evoluir sempre!
Adoro vir te ler, seu espaço é maravilhoso e edificante.
Beijo grande, e obrigada.