Quando a pureza
estiver em nossos olhos, fixaremos na cicatriz do próximo a desventura
respeitável do nosso irmão. Quando a pureza morar em nossos ouvidos,
receberemos a calúnia e a maldade, nelas sentindo o incêndio e o infortúnio que
ainda lavram no espírito daqueles que nos observam sem o exato conhecimento de
nossas intenções. Quando a pureza se demorar em nossa boca, a maledicência
surgirá, junto de nós, por enfermidade lamentável do amigo que nos procura,
veiculando-lhe o veneno, e saberemos fazer o silêncio bendito com que possamos
impedir a extensão do mal. Quando a pureza se associar ao nosso raciocínio,
identificaremos nos pensamentos infelizes a deplorável visitação da sombra,
diante da qual acenderemos a luz de nossa fé para a justa resistência. Quando a
pureza respirar em nosso coração, o endurecimento espiritual jamais encontrará
guarida em nossa alma, porque o calor de nosso carinho se irradiará em todas as
direções, estimulando a alegria dos bons e reduzindo a infelicidade dos nossos
irmãos que ainda se confiam à ignorância. Quando a pureza brilhar em nossas
mãos, a preguiça não nos congelará a boa vontade e aproveitaremos as mínimas
oportunidades do caminho para o abençoado serviço do amor que o Mestre nos legou.
“Bem-aventurados os puros de coração” – proclamou o Divino Amigo. Sim,
bem-aventurados os que esposam o bem ara sempre, porque semelhantes
trabalhadores da luz sabem converter a treva em claridade, os espinhos em
flores, as pedras em pães e a própria derrota em vitória, criando,
invariavelmente, o Céu onde se encontram e apagando os variados infernos que a
miséria e a crueldade inflamem a Terra para tormento da Vida.
Do livro: Deus Conosco – Chico Xavier/Emmanuel
imagem: sidonemeditandonapalavra.blogspot.com
Um comentário:
Como 'a beleza está nos olhos de quem vê', negar a beleza do mundo é externar o que lhe enche a alma.
Façamos sempre o contrário disso,
e talvez assim, a pureza penetre em nossos corações.
Beijos.
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