Em muitas circunstâncias, podemos considerar a
depressão como natural período de transição. São tempos de mudança e
crescimento, épocas de tristeza que antecedem novos horizontes de amadurecimento
do ser em constante processo de evolução.
Os fenômenos naturais da vida sucedem, organizados,
em ciclos determinados. Os períodos de troca dos antigos conceitos por outros
tantos mais novos e melhores para o nosso momento atual fazem parte desse ciclo
natural da consciência humana. Porque somos também natureza; possuímos as
estações da alegria, do entusiasmo, da moderação e do desânimo, assim como as
da primavera, do verão, do outono e do inverno.
Aprendendo com a natureza entre as observações das
leis que regem os ecossistemas, é que deixaremos as atmosferas cinzentas da
depressão passar para focarmo-nos nos dias de sol e de alegria, que voltarão a
brilhar.
Por sermos parte desse grandioso espetáculo da
natureza e possuirmos a capacidade de entendê-lo racionalmente, é que
deveríamos ser os primeiros a considerar a sagrada naturalidade que há em nós,
bem como a perceber, conscientemente, seu processo atuando em nossa intimidade.
A seguir, algumas conexões entre as leis ou regras de
funcionamento dos ecossistemas, que nos ensinarão a regular nosso ritmo de vida
para não voltarmos aos velhos padrões de pensamentos depressivos:
1 – Na diversidade de
novos conhecimentos filosóficos, religiosos ou científicos e na análise de
diversos modos de definir a realidade das coisas é que aumentaremos a
capacidade de auto-regular-nos emocionalmente para restabelecermos um novo
equilíbrio existencial.
2 – Na interdependência
da vida social, mas nunca no isolamento, é que extrairemos as experiências de
que necessitamos para sair do marasmo, pois é nas relações de permuta constante
na vida coletiva que aprenderemos que tudo está relacionado com tudo. Devemos
descobrir nossas similaridades com toda a obra da Criação. Ninguém será feliz
sozinho, pois o homem é apenas uma parcela dessa grande sinfonia da evolução da
vida na Terra.
3 – na reciclagem de
todos os elementos que as experiências da vida nos oferecem, o reaproveitamento
deverá ser feito indistintamente, tanto para os que chamamos bons quanto para
os que consideramos maus. Alegria e tristeza são nossos companheiros de viagem,
estão sempre nos ensinando algo na caminhada evolucional. Tudo tem seu próprio
valor e lugar na existência; por isso, não devemos tentar afastar de forma
irrefletida as nuvens negras que impedem, momentaneamente que a luz nos
alcance. A vida na Terra ainda é um jogo de luzes e sombras. Tudo na vida tem
um fim utilitário para crescermos integralmente.
A reflexão atenta a esses apontamentos permite-nos
entender melhor nossos ciclos depressivos, recolhendo assim as abençoadas
sementes de arte de viver.
Do livro: As Dores da
Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: google
Um comentário:
Amiga Denise, quando eu era jovem achava, na minha santa ignorância, que todo o aquele que se afastava do mundo para levar uma existência em comunhão com a natureza, virava santo. Mas o conteúdo deste post vem corroborar informações contrárias àquela tese, que eu havia captado em palestras espíritas, ou seja, o crescimento espiritual tende a ocorrer através das relações humanas.
Um abraço. Tenhas uma semana abençoada.
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