O sofrimento é via de redenção espiritual, face ao
incompleto desenvolvimento moral do indivíduo. Opção pessoal, é roteiro
destituído de qualquer ação punitiva, educando ou reeducando através dos mesmos
mecanismos, graças aos quais houve comprometimento, desvio de rota, desrespeito
à leis da vida. A sua presença vige,
enquanto se faz necessária a depuração. As únicas exceções se apresentam nos
quadros de iluminação coletiva, quando os missionários do bem e do amor mergulham
nas sombras do mundo, a fim de clareá-las com os seus exemplos. Não mais lhes
sendo necessárias as dores físicas e morais, elegem-nas ou aceitam-nas como
holocaustos espontâneos, a fim de ensinarem coragem, abnegação e sacrifício aos
que estão na retaguarda, comprometidos com a ignorância e a ilusão, a rebeldia
e a violência, o egoísmo e a negação do dever, todos eles geradores de
sofrimentos, de enfermidades e dores.
A saúde integral, a paz, a alegria interior resultam
da lucidez mental, que elege os atos corretos para a existência modeladora da
ascensão.
Enquanto não se convençam as criaturas de realizar o
equilíbrio, a homeostase ideal entre o psiquismo e o corpo físico,
debater-se-ão nas malhas de qualquer tipo de sofrimento. Advertência ao desvio
da linha de harmonia, ele se apresenta em forma de energia comprometida,
bloqueada ou desequilibrada, facultando a instalação de doenças, de desares, de
padecimentos de qualquer natureza.
Certamente, as terapias convencionais ajudam na
recuperação da saúde, na sua relativa manutenção. Todavia, somente os fatores
internos que respondem pelo comportamento emocional e social podem criar as
condições permanentes de bem-estar, erradicando as causas penosas,
proporcionando outras novas que compensarão aquelas, se não superadas,
promovendo o equilíbrio estrutural do ser.
Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a
anulação das causas infelizes do sofrimento e para a sua compensação pelo bem.
Allan Kardec, através da observância das lições do
Evangelho e das diretrizes propostas pelos espíritos superiores, aludindo a
Jesus, apresentou a caridade como sendo a via real para a salvação, a aquisição
da saúde integral.
A caridade, que é o amor na sua expressão mais
elevada, para ser real exige a iluminação de quem a pratica, facultando-lhe, ao
mesmo tempo, um constante aprimoramento de propósitos que induzem á abnegação e
à vitória sobre as tendências primitivas, que permanecem dominadoras.
Pelo seu extraordinário conteúdo emocional, a
caridade dulcifica aquele que a pratica e abençoa quem a recebe,
dignificando-o, promovendo-o e ajudando-o a superar-se. Por isso,
verdadeiramente, a sua é uma ação de profundidade, que exige requisitos
especiais, adquiridos através do esforço de constante aprimoramento espiritual.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelisimagem: google
Nenhum comentário:
Postar um comentário