Quem já leu ou costuma ler o magnífico texto
enunciado por Jesus, no conhecido Sermão da Montanha, vai se lembrar que a
exortação do Mestre começa pelas bem-aventuranças e conclui com duas citações
metafórica. Primeiro, Jesus, nosso modelo e guia, nos revela o caráter de quem
quer ser seu verdadeiro seguidor, ser um cristão de fato, dizendo que
bem-aventurados são os pobres de espírito; os que choram, os mansos, os que têm
fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os
pacificadores e os que sofrem
perseguição por causa da justiça. Preste atenção que estas são, nada mais, nada
menos, que é o Mestre falando das suas próprias qualidades. Mas, mão basta ter
as qualidades, pois a fé sem obras é vazia portanto, Ele nos exorta ao
trabalho, não à ocupação profissional, importante para nos manter na vida
terrena, mas à tarefa espiritual de construirmos o Reino de Deus na Terra. Por
isso, Jesus arremata as bem-aventuranças com duas metáforas extraordinárias.
Estava Jesus às margens do Rio Jordão, tendo ao seu
redor os doze apóstolos comprometidos em sua missão. Pela primeira vez, O
Mestre havia repartido com eles o pão e o vinho, que, na simbologia do Oriente
determinavam o iniciar de uma amizade, de uma relação duradoura, forte e
profunda. Ao chegar próximo do Mar de Galiléia, sob uma tenda de pescadores,
Cristo praticamente lançava sua doutrina de paz, amor e esperança para os
tristes, cujos pilares seriam o amor, a honestidade, a misericórdia e perdão.
Voltando-se para seus pupilos, o meigo Rabi afirma que seus seguidores são “Sal
e a Luz do mundo”.
“Vós sois o sal da Terra. Se o sal se tiver tornado
insípido, como se poderá restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão
para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se
pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se
coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
oras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. (Mateus 5:13-16)
Prestemos atenção nas palavras de Jesus. Ele não fala
eu somos COMO o sal ou COMO a Luz; mas sim, Ele afirma que SOMOS o SAL e a LUZ.
Não é comparação, pe personificação. Uma metáfora fantástica, baseada,
primeiro, no sal, depois, na luz. A humanidade usa o sal há muito tempo, desde
o início da civilização. Na época de Jesus, existia um ditado romano que dizia
que “Não existe nada mais útil que o sal e o sol”. Não existia geladeira
naquela época e para conservar as carnes e os alimentos, era utilizado o sal. A
palavra salário é proveniente da palavra latina salarium, que era o pagamento
feito aos soldados romanos para que estes comprassem sal. Na Idade Média, o
status social de um indivíduo era medido pela quantidade de sal que possuía e
colocava na mesa quando chegavam visitas. Conservação e realce do sabor, as
duas principais virtudes do sal. Por isso, Jesus disse que os seus seguidores
seriam o sal da Terra.
Mas, para seguir Jesus é preciso não se deixar
corromper pela corrupção que grassa na sociedade e buscar conservar-se puro. O
bom cristão deve viver sendo bom no meio dos maus, justo no meio dos injustos,
probo no meio da iniquidade, prudente no meio dos insensatos, altruísta no meio
dos egoístas, virtuoso no meio de todos os vícios. Para ser o sal da terra, é
necessário que trabalhemos para dar sabor à vida dos nossos semelhantes,
contribuindo para uma vida digna para todos. Temos de nos esforçar para que
todos tenham o suficiente para viver com dignidade somos também responsáveis
pela preservação do Planeta, limpando nossos quintais para que não haja a
proliferação da dengue, cuidando das árvores
para que o ar continue puro.
Orlando Ribeiro
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – jan/2015
imagem: google
Nenhum comentário:
Postar um comentário