(J. Herculano Pires)
A lei civil do casamento, “tem por fim regular as relações sociais
e os interesses familiares, segundo as exigências da civilização”. E a seguir
vem esta observação, do Evangelho Segundo o Espiritismo:
“Mas nada, absolutamente,
impede que ela seja um corolário da lei de Deus”. E a lei de Deus, no caso, é a
lei do amor. Quer dizer que o casamento civil deve efetuar-se por amor e não
por conveniência de qualquer espécie. A falta de conjugação dessas duas leis, a
humana e a divina, é a causa principal dos fracassos no casamento.
Entre os interesses que podem influir na determinação do casamento
figuram também a vaidade e a atração sexual, ambos elementos estranhos ao amor
e por isso mesmo de natureza efêmera. Em casos dessa natureza, como em vários
outros, a separação se torna inevitável e o divorcio aparece então como a lei
civil que serve de remédio a separação dos casais, permitindo aos pares
frustrados a reconstrução do lar em bases legítimas com outros cônjuges. “Um
dia se perguntará – diz ainda o trecho citado – se uma cadeia indissolúvel não
aumentará o número das uniões irregulares”.
Mas quando o lar se formou com base no amor as decepções que podem
surgir tem o remédio no próprio amor. Quem ama sabe tolerar e perdoar. As
dificuldades serão superadas dia a dia pelo cultivo do amor. Basta que cada cônjuge
se lembre de que as frustrações são recíprocas. O mesmo acontece com o artista
na realização de sua obra. O ideal esta sempre acima do real. Mas o verdadeiro
artista sabe disso e procura superar a sua frustração pelo esforço constante
de aperfeiçoamento. O cultivo do amor é como o cultivo da arte. E quem romper
um casamento de amor, por simples intolerância, não encontrará mais remédio
para a sua solidão.
Fonte: Na Era do
Espírito – Chico Xavier/José Herculano Pires
imagem: google
Nenhum comentário:
Postar um comentário