Mais
complicado e complexo é o novo encaixe afetivo, se ambos os parceiros já
constituíram família com filhos.
É
comum, em um novo relacionamento, estabelecer-se uma competição entre o homem
que se aproximou para nova conjugação e os filhos da mulher que está sendo
outra vez desposada. Um cabo de guerra se apresenta sutil ou explícito, onde,
de um lado, um homem puxa a sua mulher; do outro, o filho requisita a mãe. A
mulher-mãe fica no meio, estrangulada pelas demandas diferentes. Idêntico
processo se dá quando é a mulher que se aproxima do pai separado com filhos.
É
importante considerar que são papéis distintos, com funções específicas que
devem ser respeitadas, especialmente pelos adultos, que precisam ter maior
consciência para evitar, assim, uma luta inglória, desnecessária e sem
vencedores.
Torna-se
imprescindível compreender que os filhos, quase sempre, mesmo que
inconscientemente, alimentam a possibilidade de reatamento da relação dos seus
pais, ainda que de forma mágica. Este desejo será tanto maior quanto mais
recente for a separação e menos maduros forem os espíritos dos filhos.
Desse
modo, quem se aproxima deve ter toda paciência para permitir que esse sentimento
de luto se conclua naquela família na qual a separação tiver ocorrido
recentemente, ao tempo em que aquele que chega se aplica em conquistar os
futuros enteados.
É
de boa lembrança destacar que jamais o padrasto ou a madrasta deve usurpar o
papel do pai ou da mãe existente, considerando que a separação foi conjugal e
não parental. Isto favorecerá que o pai (ou a mãe) aceite com menos resistência
a pessoa que ocupará o lugar do novo parceiro daquela de quem se separou, e não
se sinta ameaçado de perder seus filhos para quem chega.
Cabe,
também, ao padrasto alimentar e proteger as relações sagradas já existentes no
âmbito pais/filhos, entrando como aliado, e não intruso, a benefício de todos
os membros, inclusive dele próprio, que se aproxima.
Compete
igualmente ao pai ou à mãe facilitar a aproximação do novo parceiro com os
enteados, minimizando os conflitos que possam surgir, bem como evitando
empurrar goela abaixo dos filhos o novo cônjuge, contornando, assim, as
resistências previsíveis para a convivência que vai se estabelecendo e, ao
mesmo tempo, fazendo a prevenção para que os filhos não minem a nova
conjugalidade em curso.
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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