Seja qual for o tipo de sofrimento, as suas garras
produzem chagas de demorado processo degenerativo, que leva, às vezes, à
alucinação, ao despautério, às arbitrariedades, especialmente as pessoas
destituídas de resistências morais.
Normalmente, a sua intensidade é captada conforme a
sensibilidade de quem o experimenta.
Sofredores há, na esfera física, portadores de alta
capacidade para suportar-lhe a injunção, que, no entanto, tombam, desalentados,
quando eles se apresentam no campo moral.
A recíproca é verdadeira, consagrando os heróis das
resistências quase inacreditáveis, sob o jugo dos terríveis acúleos
cravados nos tecidos da alma.
O sofrimento está muito relacionado com o processo de
evolução espiritual.
A ampla sensibilidade faculta-lhe maior profundidade
emocional, que responde pelas angústias e desagregações interiores, sem
queixumes, nem acusações. O padecente silencia a dor e deixa-se estraçalha
interiormente, em especial quando tomba nas aflições morais, derivadas da
traição, da injustiça, da crueldade, do abandono, do isolamento...
Se possuem fé religiosa e transferem o testemunho
para o futuro espiritual, suportam melhor as lâminas cortantes com equilíbrio,
logrando vencer a conjuntura, superando-se e saindo da crise com amadurecimento
e paz. As enfermidades de larga duração aformoseiam-lhes o caráter e dão-lhes
maior quota de amor aos sentimentos, que transbordam de ternura.
Quando atingem aqueles que estagiam em faixas menos
evolutivas, as enfermidades brutalizam-nos e asselvajam-lhes as bases dos
sentimentos, que se desenvolviam noutra direção benéfica.
O espiritismo, em razão da sua complexa estrutura
cultural, científica, moral e religiosa, é a doutrina capaz de equacionar o
sofrimento, liberando as suas vítimas.
Carl Gustav Jung foi possivelmente quem melhor
penetrou a realidade do sofrimento, propondo a sua elucidação e cura. Enquanto
a preocupação geral se baseava nos resultados físicos, no bem-estar emocional,
sob a angulação médica, ele recorreu a dois métodos para encontrar-lhe a gênese
e a solução: os sonhos e a imaginação.
Embora reconhecesse que toda generalidade peca por
insuficiência de recursos para o atendimento, desde que cada caso é específico
e exige uma linguagem terapêutica especial, adotava os dois comportamentos como
método eficaz para os resultados saudáveis.
Ao mesmo tempo recomendava o apoio religioso,
portador de excelentes contribuições para a cura da alma, na qual se sediam todas
as causas dos sofrimentos.
A individuação e a marcha na direção do numinoso
constituíram-lhe valiosos mecanismos terapêuticos para os problemas dos
pacientes que o buscavam.
A promoção moral proposta elo espiritismo e a
contribuição extraordinária que dá, através do fato de ser a alma imortal –
herdeira dos próprios atos que, equivocados, são geradores de sofrimentos – e
da reencarnação – em cujos renascimentos o ser espiritual se depura, mediante,
não raro, o sofrimento – constituem terapias irrecusáveis, no programa de
eliminação da dor no homem e na Terra.
O sofrimento tem vigência transitória, por ser efeito
do desequilíbrio da energia que, direcionada para o bem pra o amor, deixa de
desarticular-se, facultando aos seres a iluminação, a plenitude, portanto, a
saúde integral, que a todos os seres do mundo está reservada pelo Pai Criador.
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
Nenhum comentário:
Postar um comentário