Na fase da adolescência, a atração sexual é portadora de alta carga de magnetismo.
Surge, inesperadamente, a necessidade de intercâmbio afetivo, que o jovem ainda não sabe definir. Os interesses infantis são superados e as aspirações acalentadas até então desaparecem, a fim de cederem lugar a outras motivações, normalmente através do relacionamento interpessoal. Os hormônios, amadurecendo e produzindo as alterações orgânicas, também trabalham no psiquismo, desenvolvendo aptidões e anseios que antes não existiam.
Nesse momento, os adolescentes olham-se surpresos, observam as modificações externas e descobrem anseios a que não estavam acostumados. São tomados de constrangimento numa primeira fase, depois, de inquietação, por fim, de certa audácia, iniciando-se as experiências dos namoros.
Referimo-nos ao processo natural, sem as precipitações propostas pelas insinuações, provocações e licenças morais de toda ordem que assolam o mundo juvenil, conspirando contra a sua realização interior.
Estimulados por essa falsa liberdade, mentalmente alertados antes de experimentarem as legítimas expressões do sentimento, atiram-se na desabalada busca do sexo, sem qualquer compromisso com a emoção, transtornando-se e perdendo a linha do desenvolvimento normal, passo a passo, corpo e mente.
Prematuramente amadurecidos, perdem o controle da responsabilidade e passam a agir como autômatos, vendo, no parceiro, apenas um objeto de uso momentâneo, que deve ser abandonado após o conúbio, a fim de partir na busca de nova companhia, para atender a sede de variação promíscua e alienadora.
O namoro é uma necessidade psicológica, parte importante do desenvolvimento da personalidade e da aprendizagem afetiva dos jovens, porquanto, na amizade pura e simples são identificados valores e descobertos interesses mais profundos, que irão cimentar a segurança psicológica quando no enfrentamento das responsabilidades futuras.
Trata-se de um período de aproximação pessoal, de intercâmbio emocional através de diálogos ricos de idealismos, de promessas — que nem sempre se cumprem, mas que fazem parte do jogo afetivo — e sonhos, quando a beleza juvenil se inspira e produz.
ADOLESCÊNCIA E VIDA
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS
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