Cientistas e religiosos, pensadores e artistas presunçosos, apesar das façanhas grandiosas que realizaram, não sabendo conduzir-se no poder natural que a vida lhes oferece, são vencidos pelo temo que a tudo ilusório dilui na inelutável marcha da realidade.
Onde se encontram Pilatos, que humilhou Jesus, os insurgentes membros do Sinédrio que se fizeram responsáveis pela sua crucificação, os reis pomposos e construtores de impérios que foram consumidos, soterrados ou cobertos pelas águas dos oceanos, os hábeis cabos de guerra que semearam o terror no mundo, os intelectuais zombeteiros e os artistas desvairados, os religiosos insensíveis e os políticos que governaram com crueldade?
A morte a todos os venceu, no entanto o Mártir da Cruz, as vítimas das guerras de toda expressão, os vencidos pelas artimanhas e pela astúcia dos instintos ferozes e das inteligências desenfreadas permanecem na memória da Terra como exemplos a serem seguidos, verdadeiros heróis que se glorificaram pela coragem de lutar, perseverando nos seus ideais.
Não é fácil superar a tendência para o poder, para o domínio, para a submissão dos outros aos ditames das suas paixões inferiores.
Pessoas simples, idealistas e lutadores dedicados logo se tornaram conhecidos ou destacados no meio em que se encontram, infelizmente sem as resistências morais para as circunstâncias, curvam-se na aceitação do falso poder que supõem agora dispor, e modificam-se, agindo com a mesma insensatez daqueles que antes combateram.
Assim, muitos regimes e credos que, perseguidos, são fielmente exercidos, mas logo que aceitos, adoram os infelizes comportamentos e artifícios daqueles dos quais se afastaram.
O exemplo mais crucial é o do cristianismo antes, quando odiado pelo poder romano, e depois, quando aceito pelo mesmo decadente poder, que nele encontrou as forças para sobreviver por mais um pouco, desaparecendo na razão direta em que ascendeu aos vazios dos antigos perseguidores para a lamentável governança terrestre.
Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
4 comentários:
Pois é amiga Denise, pouca gente neste mundo tem usado o poder de forma digna.
Um abraço. Tenhas uma boa noite.
Oi querida! Tudo certinho? Eu tô ficando doida o visual por aqui mudou? Adorei! ;)
Beijo, beijo!
She
Uma página magistral de Joana de Angelis. O mal nunca será o vencedor final.
Beijos,
Élys.
Denise querida li todas as postagens sobre o poder, simplesmente adorei, muito bom para abrirmos os olhos de dentro para fora e corrigirmos nossas falhas, obrigada por compartilhar beijos Luconi
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