Desde o momento em que houve a separação do self com o ego, que o eixo de equilíbrio ficou fragmentado.
O esforço de crescimento intelecto-moral do ser humano deve ser o logro da perfeita identificação desses dois modelos que funcionam como princípio explicativo da realidade material com a sua consequente fusão harmônica proporcionadora do equilíbrio emocional.
Infelizmente, porém, remanescendo os instintos agressivos em predomínio na psique humana, o ego assume a diretriz do comportamento, trazendo sempre à tona os conflitos de insegurança, de insatisfação, de morbidez que são decorrência dos períodos ancestrais percorridos antes do surgimento das emoções superiores.
Em razão dessa governança perturbadora, o ego está sempre vigilante e dominador, em luta contínua para manter-se, assessorado pelo medo de perder a posição que desfruta.
Disfarçando-se com habilidade, torna-se agressivo, porque é receoso, exibe as qualidades que não possui, exatamente para superar o complexo de inferioridade em que estorcega, reconhecendo a sua incapacidade para vôos mais altos no conhecimento e na emoção, atribuindo-se direitos e privilégios que teme lhe sejam retirados, pouco, no entanto, preocupando-se com os deveres que lhe dizem respeito.
É o ego que se cerca de presunção e de avareza, de ciúme e de desfaçatez, de suspeitas constantes e de censuras aos outros, de forma que não se torne conhecido, permanecendo na obscuridade dos seus propósitos enfermiços.
Pode manifestar-se gentil com certa autenticidade, ocultando, porém, interesses mesquinhos, quais os de autopromoção e de exibicionismo, reagindo sempre quando não recebendo a resposta a que aspira nas suas artimanhas. Faz-se, então, adversário soez e persistente de todos aqueles que lhe não concedem o valor que se atribui, podendo tornar-se violento e insano.
Identificando, logo se permite exteriorizar todas as mazelas que lhe são peculiares, tecendo redes de intrigas, fomentando a maledicência, esforçando-se pela divisão dos grupos, quando então mais fácil se lhe torna o domínio.
Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
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