As artes, em geral, a literatura, a poesia, a estética descobriram na afetividade juvenil suas verdadeiras musas, que passaram a contribuir em favor do enriquecimento da vida, através das lentes róseas dos enamorados. Todo um mundo dourado e azul, trabalhado nas estrelas e no luar, no perfume das flores e nos favônios dos entardeceres, aparece quando os jovens se encontram e despertam intimamente para a afetividade.
O recato, a ternura, a esperança, o carinho e o encantamento constituem as marcas essenciais desses encontros abençoados pela vida. As dificuldades parecem destituídas de significado e os problemas são teoricamente de soluções muito fáceis, convidando à luta com que se estruturam para os investimentos mais pesados do futuro.
O desconhecimento do corpo e a inexperiência da sua utilização, nesse período, cedem lugar a um descobrimento digno, compensador, que predispõe aos relacionamentos tranquilos, estimulantes.
Igualmente nesse curso do namoro se identificam as diferenças de interesse, de comportamento psicológico, de atração sexual e moral, cultural e afetiva.
O adolescente, às vezes, encantador, que desperta sensualidade nos outros, no convívio pode apresentar-se frívolo, vazio de idealismo, desprovido de beleza, que são requisitos de sustentação dos relacionamentos, e logo desaparece a atração, que não passava de estímulo sexual sem maior significado.
Quando o namoro derrapa em relacionamento do sexo, por curiosidade e precipitação, sem a necessária maturidade psicológica nem a conveniente preparação emocional, produz frustração, assinalando o ato com futuras coarctações, que passam a criar conflitos e produzir fugas, gerando no mundo mental dos parceiros receios injustificáveis ou ressentimentos prejudiciais.
Não raro, esses choques levam a práticas indevidas e preferências mórbidas, que se transformam em patologias inquietantes na área do comportamento sexual.
É natural que assim suceda, porque o sexo é departamento divino da organização física, a serviço da vida e da renovação emocional da criatura, não podendo ser usado indiscriminadamente por capricho ou por mecanismos de afirmação da polaridade biológica de cada qual.
O indivíduo tem necessidade de exercer a função sexual, como a tem de alimentar-se para viver. Não obstante essa função, porque reprodutora, traz antecedentes profundos fixados nos painéis do Espírito, arquivados no inconsciente, que não interpretados corretamente se encarregam de levá-lo a transtornos psicóticos significativos.
(continua)
ADOLESCÊNCIA E VIDA
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS
2 comentários:
Textos tão lúcidos, dá gosto, saborá-los e passar adiante...
Um Bom final de semana, com meu o abraço.
Lúcia
Denise! Parabéns pela postagem super importante e informativa! Excelente final de semana! Abraço carinhoso!
Elaine Averbuch Neves
http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/
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