Compulsando-se a história das religiões, verifica-se que o oferecimento de sacrifícios à Divindade remonta a um passado remotíssimo, a perder-se na noite das idades.
As oferendas, que a princípio consistiam em frutos da terra, passaram, depois, a constituir-se de animais, cujas carnes eram queimadas nos altares, transformando-se, mais tarde, em sacrifícios humanos.
Não era por maldade que os homens da antiguidade procediam dessa forma, mas sim por mera ignorância.
Em nossos dias, quando nos dispomos a oferecer um presente a alguém, não o escolhemos de tanto maior valor quanto mais estima queiramos testemunhar a esse alguém, ou quanto mais interesse tenhamos em conquistar-lhe as boas graças a fim de solicitar-lhe certos favores?
Daí porque nos ofícios sacrificatórios os produtos agrícolas foram, com o tempo, preteridos pelos animais, que, por sua vez, foram substituídos por seres humanos: estrangeiros ou inimigos, e, posteriormente, em lugar destes, os pais passaram a sacrificar os próprios filhos!
É que, com estas oblatas, os deuses haveriam de sentir-se muito mais honrados.
As pessoas esclarecidas compreendem, agora, que, conquanto praticados com piedosa intenção, tais sacrifícios nunca foram agradáveis a Deus, como não podem agradar-Lhe, tão pouco, as macerações e as penitências que certos religiosos continuam a impor-se, sem que aproveitem a ninguém.
O único sacrifício abençoado por Deus é aquele que se faça por amor e em benefício do próximo, e que o melhor meio de honrá-Lo consiste em minorar os sofrimentos dos pobres e dos aflitos.
Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris
Um comentário:
Excelente post, aliás, como todos, amiga Denise. Um abraço. Tenhas um ótimo feriadão.
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