A mídia, por um lado, no período lúdico, ofereceu-lhe numerosos
mitos eletrônicos, agressivos e cruéis em nome do mal que investe contra o bem,
representados por outros seres de diferentes planetas que pretendem salvar o
universo, utilizando-se, também, da violência e da astúcia, em guerras de
extermínio total. Embora a prevalência do ídolo representativo do bem, as
imagens alucinantes do ódio, da perversidade e das batalhas intérminas plasmam
no inconsciente da criança mensagens de destruição e de rancor, de medo e de insegurança,
de fascínio e interesse por essas personagens míticas que, na sua imaginação,
adquirem existência real.
Outros modelos da formação da personalidade infantil, apresentados
pela mídia, têm como característica a beleza física, que vem sendo utilizada
como recurso de crescimento econômico e profissional, quase sempre sem escrúpulos
morais ou dignidade pessoal. O pódio da fama é normalmente por eles
logrado a expensas da corrupção moral que viceja em determinados arraiais
dos veículos da comunicação de massa. É inevitável que o conceito de dignidade
humana e pessoal, de harmonia íntima e de consciência seja totalmente
desfigurado, empurrando o jovem para o campeonato da sensualidade
e da sexualidade promíscua, em cujo campo pode surgir oportunidade
de triunfo... triunfo da aparência, com tormentos íntimos sem conta.
A grande importância que é dada pela mídia ao crime, em detrimento
dos pequenos espaços reservados à honradez, ao culto do dever, do equilíbrio, estimula
a mente juvenil à aventura pervertida, erguendo heróis-bandidos, que se
celebrizam com a rapidez de um raio, que ganham somas vultosas e as atiram
fora com a mesma facilidade, excitando a imaginação do adolescente.
Ainda, nesse capítulo, a super-valorização de determinados ídolos
dos esportes,
de algumas artes, embora todos sejam dignos de consideração e respeito,
proscrevem o interesse pelos estudos e pela cultura, pelo trabalho honesto
e sua continuidade, deixando a vã perspectiva de que vale a pena investir
toda a existência na busca desses mecanismos de promoção que, mesmo
alcançados tardiamente, compensam toda uma vida terrena. Esse paradoxo de valores, naturalmente, afeta-lhe o comportamento e a identidade.
É evidente que a mídia também oferece valiosos instrumentos de formação
da personalidade, da conquista de recursos saudáveis, de oportunidades
iluminativas para a mente e engrandecedoras para o coração.
Lamentável, somente, que os espaços reservados ao lado ético e dignificante
do pensamento humano, próprio para a formação da identidade nobre
dos adolescentes, sejam demasiado pequenos e nem sempre em forma de
propostas atraentes, na televisão, por exemplo em horários nobres e compatíveis,
como um eficiente contributo para a aprendizagem superior.
ADOLESCÊNCIA
E VIDA
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS
3 comentários:
Relmente, amiga Denise, a mídia supervaloriza matérias que deveriam ser menos exploradas em detrimento de temas propícios ao crescimento moral. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
Oi Denise, bom dia, bom final de semana.
Já abandonei a TV há muito tempo, e tento evitar que os filhotes assistam a estes atuais programas de humor agressivo. Saudades da época em que os programas traziam um humor mais simples.
Abraços e paz.
Lembro-me de quando meus irmãos e eu estávamos na adolescência. Não havia televisão. Nem por isso, deixávamos de ter lazer: rádio, teatro, cinema. Tudo em nível adequado e selecionados pelos pais e professores. Éramos pessoas pobres, estudando em escola pública.
Em 5 ou 6 décadas, tudo mudou muito, sobre as referências para o adolescente. A mídia, é o principal termômetro dessa terrível mudança.
Este texto, é excelente, para divulgação.
Muita paz, Denise!
Um abraço!
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