Quem coloque a felicidade como sendo
a conquista de títulos e triunfos mundanos, destaque social e poder, desfrutar
de privilégios e dinheiro, não saiu da periferia imediatista dos prazeres
sensuais, que respondem pela competitividade e pelo desequilíbrio da emoção.
Jesus definiu com segurança o
conceito pleno de felicidade, no conteúdo do pensamento meu reino não é deste
mundo, tendo em vista a impermanência da vida física, a transitoriedade
do ser existencial, terrestre, em constante transformação, no seu contínuo
vir-a-ser.
A criatura não é o que se apresenta,
nem como se encontra. Esse estado impermanente é trânsito para o que se será.
Em prazer ou em sofrimento, não se é isso, mas se está isso, conscientizando-se do continuum no qual se encontra mergulhado.
O empenho para a busca da felicidade
conduz à eleição de objetivos fora do
mundo físico.
Todavia, não é necessário alienar-se
do mundo, odiá-lo, para conseguir
por meio de transferências e fugas psicológicas. A meta além do mundo se
estabelece como prioritária, porque, na vida terrestre, o que se constitui
essencial numa faixa etária, noutra se transforma em pesada carga, responsável
por arrependimentos e angústias insuportáveis. De acordo com as mudanças e
realizações culturais, alteram-se os objetivos da busca, superando-se uns
anseios e surgindo outros.
Por isso, os valores sensuais tendem
a produzir vazio, e as conquistas existencialistas perdem os seus conteúdos,
logo são alcançadas, transformando-se em tédio.
Parte da Unidade Universal e
individual nela, o ser humano pode desfrutar dos fenômenos existenciais, sem
abandono da meta transpessoal, como degraus vencidos na ascensão que levará ao
patamar da felicidade. Quando se adquire a consciência da unidade e da
valorização de si mesmo, sem a presunção narcisista do excesso de
auto-importância, avança-se na busca, desenvolve-se interiormente, acende-se a
luz da determinação de fazer-se feliz em quaisquer circunstâncias, em todos os
momentos, prazenteiros ou não. Embora a felicidade não dependa do prazer, o
prazer bem estruturado é-lhe caminho. A sua ausência, no entanto, em nada a
afeta, por estar acima das sensações e emoções imediatas.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
Um comentário:
Essa nomenclatura da psicologia, e adotada pela Joana, me atrapalha, não vejo o ser como uma dualidade ego/self. Primeiro que esse termo inglês não tinha nada que ser inserido aí, o ego abrange todas as facetas do ser.
Assim, conciliar o 'eu' consigo mesmo, não me parece algo táo complicado como a psicologia afirma.
Beijos.
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