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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

SOFRIMENTO NO ALÉM-TÚMULO I

                A culpa assinala a consciência que se abre em chaga viva até a reparação do erro, a recomposição do campo energético agredido. O arrependimento sincero ou os propósitos honestos de reabilitação não bastam para conceder o reequilíbrio no psiquismo e na emoção do delinquente. Por isso, quanto mais esclarecido e lúcido o infrator, tanto maior o grau da sua responsabilidade.
                O erro retém o seu autor nas próprias malhas, que este deve desfazer mediante a correção do que foi praticado. Esse labor faculta dignificação, promovendo o indivíduo.
                Liberado do mal praticado, adquire experiência e abanca, estrada fora, no rumo de novos patamares para a felicidade, sem retentivas na retaguarda.
                Nem mesmo o perdão que a vítima concede ao seu malfeitor libera-o da consciência de culpa. Ajuda-o, naturalmente, a sentir-se melhor consigo próprio e com aquele a quem prejudicou, estimulando-se, ele mesmo, para reparar o dano causado. Mediante a concessão do amor e não o ódio em forma de revide, torna-se-lhe mais factível a vitória, a recuperação moral, assim liberando-se do sofrimento.
                A ilusão da posse, a presença das paixões primitivas, o egoísmo, agasalhados enquanto ao corpo, transferem as chagas que geram para além da sepultura.
                Desde que o homem é espírito e este energia, as suas mazelas permanecem impregnadas, produzindo as ulcerações alucinantes onde quer que este se encontre: no corpo ou fora dele.
                Não provocando real alteração em ninguém, a morte apenas transfere os seres de posição e situação vibratória, mantendo-os conforme são.
                É natural que a troca de indumentária imposta pelo cessar do fenômeno biológico não lhe arranque as estratificações na área da energia, portanto, na sede da consciência.
                O desencarnado desperta além das vibrações moleculares do corpo com as mesmas aptidões, ansiedades, engodos, necessidades cultivadas, boas ou más, voltando a assumir a postura equivalente ao grau de evolução em que estagie.
                As sensações que lhe são predominantes da individualidade permanecem-lhe, quando atrasado, sensual, amante dos prazeres, vinculado aos pensamentos sinistros, licenciosos, egoísticos, fazendo-o experimentar a mesma densidade vibratória que lhe era habitual durante a conjuntura  orgânica. Rematerializa-se e passa a viver como se estivesse encarcerado no corpo somático sofrendo-lhe todos os limites, conjunturas, condicionamentos, doenças, desgastes...  A mente, escrava das sensações, elabora formas ideoplásticas que o aturdem e infelicitam, tornando-lhe o sofrimento de difícil descrição.
                Tenta o contato com os familiares e amigos que ficaram, e eles não se apercebem, o que lhe inflige dores morais superlativas, levando-o à loucura, à agressividade, ao desalento.
                Em alguns momentos esbraveja e exaure-e, entregando-se aos paroxismos do desespero e desmaia, para logo recomeçar, sem termo, até quando brilha na consciência entenebrecida o amor, que o desperta para outro tipo de sofrimento, o do remorso, do arrependimento que o conduz ao renascimento, para recuperação sob os estigmas da cruz que traz insculpida na existência.
                Enquanto não lhe chega esse socorro, une-se em magotes de desesperados, construindo regiões dantescas, onde se homiziam e prosseguem sob o açodar das penas que o automatismo das leis de Deus, neles próprios, como em todos nós inscritas, impõem.
                O sofrimento, nessas regiões, decorre dos atentados perpetrados com a anuência da razão.

(continua)

Fonte: PLENITUDE         
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google

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