Certo genitor laborioso e dedicado ao dever tinha um
filho que, ao contrário, era fútil, vivendo como parasita explorador do pai.
Aplicava o tempo nos gozos materiais e na consumpção das energias morais, mesmo
que escassas.
O pai, maduro e sábio, sempre o advertia e lhe
explicava que, pelo fenômeno natural da vida, seria o primeiro a morrer, e que
os haveres, por mais abundantes, quando gastos sem renovação tendiam para o
desaparecimento, para a extinção.
Informava-o que os amigos que o cercavam não lhe
tinham a menor estima, antes se interessavam pelos recursos de que dispunha e,
quando esses escasseassem, também desapareceriam.
Os conselhos soavam como velha balada conhecida e
recusada.
Oportunamente, o idosos trabalhador mandou construir
nos fundos da propriedade um celeiro, colocando no seu interior uma forca,
tendo fixada uma placa informativa com os seguintes dizeres: “Eu jamais ouvi os
conselhos do meu pai”.
Posteriormente, quando tudo estava concluído, chamou
o filho, levou-o ao celeiro e explicou-lhe:
- Filho, encontro-me velho, cansado e enfermo. Quando
eu falecer, tudo que me pertence passará à sua propriedade. Caso você fracasse,
porque atirará fora todos os bens que lhe transfiro, peço-lhe que me prometa
que usará esta forca, como medida de reparação do mal que nos fez a ambos.
O moço, sem entender exatamente o que o pai desejava
dizer-lhe, silenciou, a fim de o não contrariar.
O genitor desencarnou tempos depois e o jovem
herdou-lhe os bens, passando a dissipá-los com mais extravagâncias e
desperdícios. Pouco tempo transcorrido, deu-se conta de que havia malbaratado
todos os negócios e recursos, e estava reduzido à miséria, à solidão, até mesmo
porque os falsos amigos abandonaram-no.
Recordou-se do pai e chorou copiosamente. No pranto,
recordou-se da promessa que lhe fizera, de que se enforcaria após o fracasso.
Trêmulo de emoção desordenada, dirigiu-se ao celeiro e lá encontrou a forca assim como os dizeres terríveis. Teve
uma iluminação, concluindo que essa seria a única vez na sua existência em que
poderia agradar ao homem nobre que fora seu pai e sempre vivera decepcionado
com a sua conduta.
Subiu então na forca, colocou o laço no pescoço e
atirou-se ao ar.
O braço da engenhoca era oco e partiu-se, caindo dele
diversas joias: diamantes, rubis, esmeraldas, uma verdadeira fortuna com um
bilhete, que informava: “Esta é a sua segunda chance. Eu o amo de verdade. Seu
pai”.
A partir dali a sua vida tomou novo rumo e ele mudou
completamente a maneira de encarar a oportunidade.
Fonte: Psicologia da
Gratidão – Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
Um comentário:
Que lição de vida, muito bonita a história.É uma pena que tem ser humano que não valoriza a palavre de amigo. A palavra de um pai, ás vezes só vai dar valor quando perde e ai já é tarde demais.
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