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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


domingo, 6 de janeiro de 2013

LEI DA LIBERDADE - O Livre Arbítrio


O livre-arbítrio é definido como a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.
                Acham alguns que o livre arbítrio é absoluto, que os pensamentos, palavras e ações do homem são espontâneos e, pois, de sua inteira responsabilidade.
                Evidentemente, laboram em erro, porquanto não há como deixar de reconhecer as inúmeras influências e constrangimentos a que,  em maior ou menor escala, estamos sujeitos, capazes de condicionar e cercear a nossa liberdade.
                No extremo oposto, três correntes filosóficas existem que negam peremptoriamente o livre arbítrio: o fatalismo, o predestinacionismo e o determinismo.
                Os fatalistas acreditam que todos os acontecimentos estão previamente fixados por uma causa sobrenatural, cabendo ao homem apenas o regozijar-se, se favorecido com uma boa sorte, ou resignar-se, se o destino lhe for adverso.
                Os predestinacionistas baseiam-se na soberania da graça divina, ensinando que desde toda a eternidade algumas almas foram predestinadas a uma vida de retidão e, depois da morte, à bem-aventurança celestial, enquanto outras foram de antemão marcas para uma vida reprovável e, consequentemente, precondenadas ás penas eternas do inferno. Se Deus regula, antecipadamente, todos os atos e todas as vontades de cada indivíduo, como pode este indivíduo ter liberdade para fazer ou deixar de fazer o que Deus terá decidido que ele venha a fazer?
                Estas duas doutrinas, como se vê, reduzem o homem a simples autômato, sem mérito nem responsabilidade, ao mesmo tempo que rebaixam o conceito de Deus, apresetando-O à feição de um déspota injusto, a distribuir graças a uns e desgraças a outros, unicamente ao sabor de seu capricho. Ambas repugnam às consciências esclarecidas, tamanha a sua aberração.
                Os deterministas, a seu turno, sustentam que as ações e a conduta do indivíduo, longe de serem livres, dependem integralmente de uma série de contingências a que ele não pode furtar-se, como os costumes, o caráter e a índole da raça a que pertença; o clima, o solo e o meio social em que viva; a educação, os princípios religiosos e os exemplos que receba; além de outras circunstâncias não menos importantes, quais o regime alimentar, o sexo, as condições de saúde, etc.
                Os fatores apontados acima são, de fato, incontestáveis e pesam bastante na maneira de pensar, de sentir e de proceder do homem.
                Assim, por exemplo, diferenças climáticas, de alimentação e de filosofia, fazem de hindus e americanos do norte tipos humanos que se distinguem profundamente, tanto na compleição física, no estilo de vida, como nos ideais; via de regra, a fortuna nos torna soberbos, enquanto a necessidade nos faz humildes; um dia claro e ensolarado nos estimula e alegra, contrariamente a uma tarde sombria e chuvosa, que nos deprime e entristece; uma sonata romântica nos predispõe à ternura, ao passo que os acordes marciais nos despertam ímpetos belicosos; quando jovens e saudáveis, estamos sempre dispostos a cantar e a dançar, já na idade provecta, preferimos a meditação e a tranqüilidade.
                Daí, porém, a dogmatizar que somos completamente governados pelas células orgânicas, de parceria com as impressões, condicionamentos e sanções do ambiente que nos cerca, vai uma distância incomensurável.
                Com efeito, há em nós uma força íntima e pessoal que sobreexcede e transcende a tudo isso: nosso eu espiritual.
                Esse eu, ser moral ou alma, numa criatura de pequena evolução espiritual, realmente pouca liberdade tem de escolher entre o bem e o mal, visto que se rege mais pelos instintos do que pela inteligência ou pelo coração. Mas, à medida que se esclarece, que domina suas paixões e desenvolve sua vontade nos embates da vida, adquire energias poderosíssimas que o tornam cada vez mais apto a franquear obstáculos e limitações, sejam de que natureza forem. Não é só. Habilita-se também a pesar as razões e medir conseqüências, para decidir sempre pelo mais justo, embora desatendendo, muitas vezes, aos seus próprios desejos e interesses.

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris        

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Um comentário:

Dilmar Gomes disse...

Amiga Denise, eis mais post esclarecedor e didático.
Um abraço. Tenhas uma linda semana.