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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sábado, 19 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - O Direito de Propriedade


O direito de viver é o primeiro de todos os direitos do homem, cabendo-lhe, subsequentemente, também o de acumular bens que lhe permitam repousar quando não mais possa trabalhar.
                Se todos os homens fossem previdentes e, ao invés de malgastar seus rendimentos no vício e no luxo, tratassem de formar um pecúlio com que assegurar a tranqüilidade de sua velhice, a sociedade não teria que arcar, como hoje acontece, com o pesado ônus da manutenção de tantas criaturas que chegam ao fim de seus dias na maior indigência, precisadas de teto, alimento, agasalho, remédio, etc.
                O desejo de possuir, com o fim de resguardar-se das incertezas do futuro, não justifica, entretanto, os meios que certos homens soem empregar para conseguir bens de fortuna.
                Propriedade legítima só é aquela que foi conseguida por meio do trabalho honesto, sem prejuízo de ninguém.
                Ora, se se pudesse investigar a origem de muitas fortunas acumuladas nas mãos de determinadas famílias, verificar-se-ia, com horror, que são frutos de roubos vergonhosos, traficância infames e crimes execráveis.
                O tempo, porém, tudo santifica, de sorte que, após algumas gerações, tais haveres se transformam em sagrado e inviolável patrimônio, defendido com unhas e dente pelos netos e bisnetos dos ladrões, traficantes e criminosos que o erigiram.
                Não raro, essas fortunas se transferem, por herança, a pessoas que solicitaram, no plano espiritual, a oportunidade de voltar ao proscênio da Terra para dar-lhes uma aplicação nobre, proporcionando assim uma reparação aqueles que inicialmente as adquiriram mal, reparação essa que, se efetuada, lhes suavizaria os remordimentos de consciência.
                Quase sempre, todavia, não resistem ao fascínio das riquezas e, longe de corresponderem ao que delas se esperava, deixam-se tomar pela cobiça, tratando de aumentar, egoisticamente, aquilo que receberam.
                Neste mundo e no grau evolutivo em que nos encontramos, a aquisição e a defesa da propriedade individual devem e precisam ser consagradas, porque a ambição é, e tão cedo não deixará de sê-lo, um dos mais fortes sentimentos humanos, constituindo-se, mesmo, em mola propulsora do progresso.
                Pretender-se que, a curto prazo, o homem renuncie aos interesses pessoais em nome de um ideal igualitário, é desconhecer-lhe a natureza e esperar o impossível.
                O que de melhor se deve fazer é aperfeiçoar nossas leis, criando condições para que aumente o número de proprietários, mediante uma participação mais equitativa da riqueza.
                À medida que se adianta espiritualmente, o homem passa a compreender que, em última análise, ninguém é dono de nada, pois tudo pertence a Deus, sendo, todos nós, meros usufrutuários dos bens terrenos, já que eles não poderão seguir conosco, de forma alguma, além das fronteiras da morte. Por conseguinte, se a Providência no-los confia, por determinado período, não é para que os utilizemos em proveito exclusivamente familiar, pás para que aprendamos a movimentá-los em benefício de todos, dando-lhes uma função social.
                Filhos que somos do Pai Celestial e portanto co-herdeiros do Universo, dia virá quando, libertos, por merecimento, do ciclo de reencarnações em mundos grosseiros como o nosso, haveremos de tornar-nos puros espíritos, tendo por morada as suaves maravilhosas esferas siderais.
                Será, então, com imensa autopiedade que nos recordaremos desta frase de nossa evolução em que tão grande é o nosso apego a uns pedaçinhos de chão lamacento e tão desesperada a nossa luta por uns papeizinhos coloridos, estampados na casa da moeda.

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris        


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