Desta forma, somos chamados diariamente a praticar o
perdão no lar, no trabalho, no convívio social, nas pequenas coisas do
cotidiano para que, quando necessário, possamos utilizá-lo nas grandes mágoas.
É como o treinamento de um atleta de alta performance: muito exercício para
atingir as grandes vitórias.
O prefixo PER significa ao todo, total; DOAR, dar.
Doar, totalmente, esforço para amar um pouco mais. Se alguém pisar no seu pé, sem
querer, é relativamente fácil perdoar, mas se pisar no pé que está com a unha
inflamada, cuja dor é muito superior, precisará de um esforço maior ainda...
As vezes o perdão é quase instantâneo, também pode
demorar algumas horas, dias, meses, anos, séculos, algumas reencarnações. Mas
se entender que o perdão é inevitável à conquista da paz, da felicidade, peça
fundamental na evolução do ser, e que sem o perdão sempre haverá pendências que
mais cedo ou mais tarde deverão ser sanadas, o indivíduo, racionalmente,
empreenderá todos os esforços para atingir este intento.
No capítulo 10 de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
o apóstolo Paulo afirma:
Perdoar os inimigos é pedir perdão para si mesmo.
Perdoar aos amigos é dar-lhes prova de amizade. Perdoar as ofensas é mostrar
que se tornou melhor do que antes. Perdoai, portanto, a fim de que Deus vos
perdoe.
Quando estamos perdoando o outro, estamos também
exercendo o autoperdão; um é conseqüência do outro, porque somos com o outro
como somos conosco mesmo.
Allan Kardec indica a psicoterapia do perdão e
autoperdão: arrependimento (dar-se conta que errou), expiação (desconforto e
sofrimento moral pelo equívoco) e reparação (o ato final, a corrigenda do
erro). O verdadeiro perdão sempre envolve atividades reparadoras.
Mágoas, culpas e ressentimento servem como alerta, um
despertador avisando que alguma coisa na nossa conduta está equivocada. Quando
não trabalhados com a tolerância e o perdão, trazem como conseqüências
transtornos psiquiátricos ou doenças físicas.
Emmanuel nos diz que o remorso é um lampejo de Deus
sobre o complexo de culpa eu se expressa por enfermidade da consciência.
Como você se vê no futuro? Como afirmou Pierre Dac,
líder francês da resistência nazista da Segunda Grande Guerra Mundial, o futuro
é o passado em preparação.
Val a pena investir no perdão consigo mesmo e com o
outro para que o remorso e o arrependimento não sejam nossos companheiros no
futuro.
Luís Roberto Scholl
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – jan/2013
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