A criatura humana que modela suas reações emocionais através dos critérios dos outros, estabelece para si própria metas ilusórias na vida. Esquece-se, entretanto, de que suas experiências são únicas, como também únicas são suas reações, e de que o constante estado de desencontro e aflição é subproduto das tentativas de concretizar essas suas irrealidades.
Constantemente, criamos fantasias em nossa mente,
bloqueamos nossa consciência e recusamos aceitar a verdade. Usamos os mais
diversos mecanismos de defesa, seja de forma consciente, seja de forma
inconsciente, para evitar ou reduzir os eventos, as coisas ou os fatos de nossa
vida que nos são inadmissíveis. A negação é um desses mecanismos psicológicos;
ela aparece como primeira reação diante de uma perda ou de uma derrota.
Portanto, negamos, invariavelmente, a fim de amortecer nossa alma das
sobrecargas emocionais.
Quanto mais sonhos ilógicos, mais cresce a luta para
materializá-los, levando certamente os indivíduos a se tornarem prisioneiros de
um círculo vicioso e, como resultado, a sofrerem constantes frustrações e uma
decepção crônica.
Um exemplo clássico de ilusão é a tendência exagerada
de certas pessoas em querer fazer tudo com perfeição, aliás, querer ser o
modelo perfeito. Essa abstração ilusória as coloca em situação desesperadora.
Trata-se de um processo neurótico que faz com que elas assimilem cada
manifestação de contrariedade dos outros como um sinal do seu fracasso e a
interpretem como uma rejeição pessoal.
O ser humano supercrítico tem uma necessidade
compulsória de se considerado irrepreensível. Sua incapacidade de aceitar os
outros como são é reflexo de sua incapacidade de aceitar a si próprio. Sua
busca doentia da perfeição é uma projeção de suas próprias exigências internas.
O perfeccionismo é, por certo, a mais comum das ilusões e, inquetionavelmente,
uma das mais catastróficas, quando interfere nos relacionamentos humanos. Uma
pessoa perfeita exigirá apenas companheiros perfeitos.
(continua)
Do
livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
2 comentários:
boa tarde Denise
seria mesmo uma dor da alma tudo isto que li e o que fazer quando o outro nos é tão próximo ?
forte abraço
elisa
Denise estava saudosa desta tua casa iluminada, andei meio afastada da net, há poucos dias comecei a voltar,
uma mensagem que muito nos esclarece, obrigada por compartilhar, beijos Luconi
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