A política desgovernada exibe os seus corifeus, que se fazem triunfadores de um dia, logo passando ao anonimato, repletos de gozos e valores perecíveis, a intoxicar-se nos vapores dos vícios e das perversões em que falecem os últimos ideais que ainda possuíam.
Os direitos
humanos decantados em toda parte sofrem o vilipêndio daqueles que os
deveriam defender, em razão do desrespeito que apresentam diante das leis por
eles mesmos elaboradas, em desprezo flagrante às Instituições que se comprometeram
socorrer, por descrédito de si próprios.
A anarquia substitui a ordem e as transformações sociais
apressadas não têm tempo de ser assimiladas, porque substituídas pelos modismos que se multiplicam em
velocidade ciclópica.
Velhos dogmas, nascidos e cultivados no caldo da ignorância,
são esquecidos e nascem as idéias liberais revolucionárias, que instigam o
homem fraco contra o seu irmão mais forte gerando ódios.
As circunstâncias externas do inter-relacionamento das
criaturas, fenômeno conseqüente ao desequilíbrio do indivíduo, engendram no
contexto hodierno a insegurança, que fomenta as crises.
Sucedem-se, desse modo, as crises de autoridade, de respeito,
de honradez, de valores ético-morais, e a desumanização da criatura assoma nos
painéis do comportamento, insensibilizando-a pelo amolentamento emocional ou
exacerbação, na volúpia do prazer e da violência conduzidos pelas ambições
desmedidas.
As crises respondem pela desconfiança das pessoas, umas
em relação às outras, pelo rearmamento belicoso de uns indivíduos contra os
outros, pela agressividade automática e atrevida.
A queda do respeito que todos se devem, respeito este sem
castração nem temor, estimula a indisciplina que começa na educação das
gerações novas, relegadas a plano secundário, em que se cuidam de oferecer
coisas, em mecanismos sórdidos de chantagem emocional, evitando-se dar amor,
presença, companheirismo e orientação saudável.
A crise de
autoridade responde pela corrupção em todas as áreas, sob a cobertura
daqueles que deveriam zelar pelos bens públicos e administrá-los em favor da
comunidade, pois que, para tal se candidataram aos postos de comando, sendo
remunerados pelos contribuintes para este fim.
(continua)
Do livro: O Homem
Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
Um comentário:
Amiga Denise, passando por aqui para aprender com tuas postagens.
Um abraço. Tenhas uma boa noite.
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