A sensação de que podemos controlar a vida de
parentes e amigos também é uma das mais freqüentes ilusões e, nem sempre, é
fácil diferenciar a ilusão de controlar e a realidade de amar e compreender.
A ação de controlar os outros se transforma, com o
passar do tempo, em um nó que estrangula, lentamente, as mais queridas
afeições. Se continuarmos a manter essa atitude manipuladora, veremos em breve
se extinguir o amor dos que convivem conosco. Eles poderão permanecer ao nosso
lado por fidelidade, jamais por carinho e prazer.
Em outras circunstâncias, agimos com segundas
intenções, envolvendo criaturas qu nos parecem trazer vantagens imediatas. Em
nossos devaneios e quimeras, achamos que conseguiremos lograr êxito, mas, como
sempre, todo plano oportunista, mais cedo ou mais tarde, será descoberto.
Quando isso acontece, indignamo-nos, incoerentemente, contra a pessoa e não
contra a nossa auto-ilusão.
Escolhemos amizades inadequadas, não analisamos suas
limitações e possibilidades de doação, afeto e sinceridade e, quando recebemos
a pedra da ingratidão e da traição por parte deles, culpamo-los. Certamente,
esquecemo-nos de que somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as
criaturas dêem o que não podem e que ajam com imaginamos que devam agir.
A consciência humana está quase sempre envolvida por
ilusões, que impossibilitam, por um lado, a capacidade de autopercepção; por
outro, dificultam o contato com a realidade das coisas e pessoas.
Não culpemos ninguém pelos nossos desacertos, pois
somos os únicos responsáveis – cada um de nós – pela qualidade de vida que
experimentamos aqui e agora.
O sentimento de justiça está em a natureza o
progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus o pôs no coração
do homem...
Procuremos auscultar nossas percepções interiores,
usando nossos sentidos mais profundos e observando o que nos mostram as leis
naturais estabelecidas em nossa consciência. Confiar no sentimento de justiça
que sai do coração, conforme asseveram os Guias da Humanidade, é promover a
independência de nossos pensamentos e viver com senso de realidade. Aliás, são
essas as características mais importantes das pessoas espiritualmente maduras.
Estamos na Terra para estabelecer uma linha divisória
entre a sanidade e a debilidade; portanto, é imprescindível discernir o que
queremos forçar que seja realidade daquilo que verdadeiramente é realidade.
Muitas vezes, podemos estar nos iludindo a ponto de negar fatos preciosos que nos
ajudariam a perceber a grandiosidade da Vida Providencial trabalhando em favor
de nosso desenvolvimento integral.
Do
livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
Nenhum comentário:
Postar um comentário