"Mas nós pregamos
a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os
gregos." -Paulo. (I CORÍNTIOS, 1:23.)
A vida moderna, com
suas realidades brilhantes, vai ensinando às comunidades religiosas do
Cristianismo que pregar é revelar a grandeza dos princípios de Jesus nas
próprias ações diárias.
O homem que se internou
pelo território estranho dos discursos, sem atos correspondentes à elevação da
palavra, expõe-se, cada vez mais, ao ridículo e à negação.
Há muitos séculos
prevalece o movimento de filosofias utilitaristas. E, ainda agora, não
escasseiam orientadores que cogitam da construção de palácios egoísticos à base
do magnetismo pessoal e psicólogos que ensinam publicamente a sutil exploração
das massas.
É nesse quadro obscuro
do desenvolvimento intelectual da Terra que os aprendizes do Cristo são
expoentes da filosofia edificante da renúncia e da bondade, revelando em suas
obras isoladas a experiência divina dAquele que preferiu a crucificação ao
pacto com o mal.
Novos discípulos, por
isso, vão surgindo, além do sacerdócio organizado.
Irmãos dos sofredores,
dos simples, dos necessitados, os espiritistas cristãos encontram obstáculos
terríveis na cultura intoxicada do século e no espírito utilitário das idéias
comodistas.
Há quase dois mil anos,
Paulo de Tarso aludia ao escândalo que a atitude dos aprendizes espalhava entre
os judeus e à falsa impressão de loucura que despertava nos ânimos dos gregos.
Os tempos de agora são
aqueles mesmos que Jesus declarava chegados ao Planeta; e os judeus e gregos,
atualizados hoje nos negocistas desonestos e nos intelectuais vaidosos,
prosseguem na mesma posição do inicio. Entre eles, surge o continuador do
Mestre, transmitindo-lhe o ensinamento com o verbo santificado pelas ações
testemunhais.
Aparecem dificuldades,
sarcasmos e conflitos.
O aprendiz fiel, porém,
não se atemoriza.
O comercialismo da
avareza permanecerá com o escândalo e a instrução envenenada demorar-se-á com
os desequilíbrios que lhe são inerentes. Ele, contudo, seguirá adiante, amando,
exemplificando e educando com o Libertador imortal.
Comentário Haroldo Dutra Dias:
Emmanuel nos trás novos ângulos da análise da crucifixação de Jesus. Fixa
duas poderosas forças que dominam o mundo dos encarnados: o comercialismo e a
educação intelectual do mundo. Não obstante a grandeza de suas construções,
ainda encontram-se escravizados a interesses mesquinhos e paixões puramente
materiais. É natural que necessitemos dos recursos materiais para desempenhar
as funções que nos são inerentes, quando encarnamos no orbe. É primordial a
ampliação da nossa mente, através da educação e da absorção do patrimônio
intelectual daqueles que nos precederam na jornada evolutiva. Todavia, toda
construção material é provisória e representa material didático para a
aquisição de um patrimônio verdadeiramente espiritual, aquele que nós poderemos
carregar na intimidade da alma. Fixar-se nos elementos provisórios e didáticos
da jornada, perdendo de vista os verdadeiros valores que orientam a nossa
marcha, é atitude ainda pueril dos encarnados, que trocam os aspectos
materiais, pelas imperecíveis realidades do espírito imortal. A cruz do Cristo
é símbolo de fidelidade. O Mestre preferiu a crucifixação do que o pacto com o
mal. E muitas vezes o espírito invigilante, com a sede de vitória material,
pactua com o mal, provocando vastos compromissos, que o obrigam a reencarnações
reparatórias, que representam estacionamento na sua marcha evolutiva. Nesse
sentido, a cruz de Jesus, abre continentes do mais alto e nos ensinam que a
fidelidade ao bem, ao espírito, muitas vezes significa sacrifício de nós
mesmos.
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