Ninguém pense em morrer para libertar-se, caso não se
libere antes do fenômeno de alterações biológicas pelo processo da morte.
A ilusão que se permitem os indivíduos, conceituando
a vida como um acidente biológico, é a grande responsável pelos disparates que
lhe engendram dor e sofrimento.
Somente a conscientização, a verdadeira individuação
permitem uma vida saudável, na Terra e além dela, quando ocorrer o fenômeno da morte, em natural processo final de ciclo
biológico.
Prosseguindo o ser, além da disjunção cadavérica, com
a consciência de si mesmo, é natural que permaneçam nele impressas as sensações
e emoções amplamente vividas. Como efeito, aquelas que lhe constituíram bênção
ou desarmonia predominam com mais vigor, dando curso à vida, embora noutra
dimensão.
Nessa panorâmica ressaltam as impressões grosseiras,
de que não quis ou não se pode libertar, gerando sofrimentos correspondentes,
qual se permanecesse na esfera física.
Como é compreensível, as fantasias cultivadas e os
desequilíbrios da insensatez geram, na área dos sentimentos, amarguras, que são
complementadas pelos complexos resultados da consciência de culpa, em razão dos
erros perpetrados e de tudo quanto de positivo ele houvera podido realizar e
não logrou fazer.
A consciência que se apresenta culpada engendra
mecanismos de reparação que se transformam em pesadelos de arrependimento
desnecessário, assim permanecendo como látego inclemente a impingir-lhe
punição.
O arrependimento deve constituir um despertar da
responsabilidade que convida à reconstrução, à renovação, à ação reparadora sem
aflição nem desdita.
O sofrimento no além-túmulo também assume condições
chocantes, quando o desencarnado, através da perturbação do após morte,
entrega-se às ideoplastias do cotidiano, construindo psiquicamente um clima e
uma realidade, nos quais se envolve, que lhe proporcionam o prosseguimento do
estado orgânico com as suas difíceis conjunturas, agora em situação diferente,
prolongando a ilusão carnal com todos os seus ingredientes perturbadores, que
são resultado do apego à matéria, de que se não libertou realmente, apesar do
fenômeno biológico da morte.
É indispensável a libertação dos condicionamentos
materiais, disciplinando a mente e a vontade, de modo a adaptar-se de imediato
à vida-além-da-vida. Somente assim o sofrimento pode ser evitado, especialmente
se a existência corporal fez-se caracterizar pelas ações enobrecidas, atingindo
a finalidade precípua da reencarnação, que é a busca da felicidade.
A educação moral e espiritual do ser é o instrumento
seguro para libertá-lo do sofrimento na Terra, como no além-túmulo,
facultando-lhe vida em abundância de paz.
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
Um comentário:
Um texto muito bom para se refletir.
Um abraço.
Postar um comentário