O
homem é, por natureza, dono de si mesmo, isto é, tem o direito de fazer tudo
quanto achar conveniente ou necessário à conservação e ao desenvolvimento de
sua vida.
Essa liberdade, porém, não é absoluta, e nem poderia
sê-lo, pela simples razão de que, convivendo em sociedade, o homem tem o dever
de respeitar esse mesmo direito em cada um de seus semelhantes.
Isto posto, todo e qualquer costume, que torne uma
pessoa completamente sujeita a outra, constitui uma iniqüidade contrária à lei
de Deus.
Durante muito tempo, aceitou-se, como justa, a
escravização dos povos vencidos em guerras, assim como foi permitido, pelos
códigos terrenos, que homens de certas raças fossem caçados e vendidos, quais
bestas de carga, na falsa suposição de que eram seres inferiores e, talvez, nem
fossem nossos irmãos em humanidade.
Coube ao cristianismo mostrar que, perante Deus, só
existe uma espécie de homens e que, mais ou menos puros e elevados eles o são,
não pela cor da epiderme ou do sangue, mas pelo espírito, isto é, pela melhor
compreensão que tenham das coisas e principalmente pela bondade que imprimam em
seus atos.
Felizmente, de há muito que a escravatura foi abolida
e, com ela, o privilégio que tinha o senhor de poder maltratar impunemente o
escravo, ou mesmo matá-lo, se assim lhe aprouvesse.
Agora, todos somos cidadãos, podendo dispor,
livremente, de nossos destinos.
A liberdade de pensamento e a de consciência, por se
inscreverem, também, entre os direitos naturais do homem, conquanto padeçam,
ainda, aqui, ali e acolá, certas restrições e repressões, vem alcançando,
igualmente, notáveis progressos.
De século para século, menos dificuldade encontra o
homem para pensar sem peias e, a cada geração que surge, mais amplas se tornam
as garantias individuais no que tange à inviolabilidade do foro íntimo.
O sistema do crê ou morre, que alguns retrógrados
desejariam ver restabelecido, está definitivamente superado e não voltará
jamais, de jeito nenhum.
Vingam e viçam, hoje, idéias bem diferentes.
Nas dissensões religiosas, as chamas das fogueiras
foram substituídas pelas luzes do esclarecimento, e na catequese filosófica ou política,
estejamos certos, daqui para o futuro, buscar-se-á empregar, cada vez mais, a
força da persuasão ao invés da imposição pela força.
Do
Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris
Um comentário:
Realmente amiga Denise, o mundo está avançando, melhor dizendo, os povos estão avançando politica e socialmente. Claro que ainda existe grande desnivelamento, mas são estapas a ser vencidas, entretanto, nos fixemos nos saltos polícos das últimas décadas, por exemplo, Um negro na presidencia dos Estados Unidos; cai o Aparthaid na Africa do Sul e Mandella preside aquele País; O Brasil é governado por um trabalhador e finalmente uma mulher dirige o nosso país, fato que já havia acontecido na Argentina.
Um abração. Tenhas um lindo fim de semana.
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