A
aparente boa sorte nada mais é que o resultado de uma conduta inteligente à
face das vicissitudes terrenas.
Se quisermos prosperar, urge, antes de mais nada, que
nos determinemos claramente o objetivo a ser alcançado. Não pode ter ímpeto de
subir quem não tem orientação. Aquele que não sabe para onde vai, acaba por
acomodar-se à situação em que está, deixando passar as choras, os dias e os
anos na mais completa passividade.
Outrossim, não devemos esperar, ingenuamente, que nos
convidem a participar do banquete da vida. Quando ficamos na expectativa da
ocasião oportuna para intentarmos algo, geralmente ela não chega. É preciso
partir em direção do triunfo desejado, arrostando sacrifícios, desafiando
contingências, criando, enfim, as oportunidades que almejamos, tendo sempre na
lembrança aquela máxima que nos adverte: “Há poucos bancos com sombra no
caminho da glória”.
Quase todas as pessoas tem aspirações, desejos;
poucas, entretanto, as que se propõem chegar à meta de seus sonhos. Diariamente
desperdiçam ensejos de se melhorarem, renovam promessas e intenções, mas o
certo é que jamais chegam a realizá-las.
Cumpre estejamos advertidos, também, de que apreciável
parte do que fazemos é produto ou resultado de influências que outros exercem
em nós e muitas de nossas atitudes são o reflexo desse poder. Inconsciente ou
conscientemente, imitamos, amoldamos, copiamos os atos e pensamentos de outras
pessoas.
Assim, pois, se pretendemos classificar-nos entre os
homens de primeira ordem, não devemos louvar-nos nos indolentes, nem nos
negligentes, menos ainda nos pessimistas, que façam diminuir o nosso interesse
pelas coisas grandiosas, inclinando-nos para a mediocridade e o comodismo.
Inspiremo-nos, isto sim, naqueles que mostram possuir uma vontade poderosa,
dominante, e que por ela conseguiram vencer suas próprias fraquezas e
deficiências, chegando a ocupar lugares de destaque, valor e distinção.
Investiguemos como e porque essas pessoas conseguiram
sobrepor-se a todas as adversidades, como e porque se tornaram verdadeiros
luminares, escrevendo, com seus exemplos, episódios sublimes de paciência,
firmeza e pugnacidade.
Procuremos conhecer a biografia dessas criaturas vitoriosas
que se constituíram paradigmas para a humanidade e sigamos-lhes, corajosamente,
as pegadas.
Como disse Rui Barbosa, a vida não tem mais que duas
portas: uma de entrar, pelo nascimento; outra de sair, pela morte. Em tão breve
trajeto cada um há de acabar a sua tarefa. Com que elementos? Com os que herdou
e os que ceia. Aqueles são a parte da natureza. Estes, a do trabalho. Ninguém
desanime, pois, de que o beco lhe não fosse generoso, ninguém se creia
malfadado, por lhe minguarem de nascença haveres e qualidades. Em tudo isso não
há surpresas, que se não possam esperar da tenacidade e santidade do trabalho.
Qualquer, portanto, nos limites de sua energia moral,
pode reagir sobre as desigualdades nativas e, pela fé em si mesmo, pela
atividade, pela perseverança, pelo aprimoramento constante de suas faculdades,
igualar-se e até mesmo sobrepujar os que a natureza ou a sociedade melhor
haviam aquinhoado.
Nesse aprimoramento, não devem ser esquecidas certas
virtudes a que poderíamos chamar domésticas, como a pontualidade, a delicadeza,
a sobriedade, a ética profissional, etc, de que necessitamos para uso
cotidiano, pois muitos homens mentalmente superiores tem fracassado em seus
empreendimentos por negligenciarem de tais predicados.
Faz-se mister, ainda, que adquiramos o hábito da
economia e nele nos adestremos. Não certamente, como alguns indivíduos, que se
privam do útil e até do necessário, só para ficarem mais ricos; nem tão pouco
procedendo como aqueles que gastam tudo quanto possuem, e às vezes mesmo o que
não possuem, perdulariamente, em coisas supérfluas ou no aprazimento de vícios
perniciosos e vaidades tolas. Esses dois extremos são deformações infelizes. O
ideal está no meio termo: não ser pródigo, nem avarento, as criterioso no
gastar, graduando as necessidades na proporção das rendas que se tenham, de sorte que haja sempre algumas
sobras, para com elas formar um pecúlio que nos ponha a salvo das incertezas do
amanhã.
Mas, fixemos bem isto: não é apenas o dinheiro que
devemos poupar. Há outros bens de maior valia que precisam e devem ser poupados
com mais cuidado ainda. É o tempo, que não convém ser malbaratado à toa, as
sabiamente aproveitado na aquisição de novos conhecimentos e experiências que
nos enriqueçam a personalidade. São as energias físicas e espirituais, que não
devem ser dissipadas loucamente em noites mal dormidas, na satisfação de
prazeres desonestos, pois tais desregramentos, sobre serem contrários aos
princípios da moral cristã, arruínam a saúde, roubam a paz interior e aviltam a
dignidade humana.
Ao contrário do que a alguns possa parecer, o
progresso é ilimitado, infinito, existindo sempre mil e uma possibilidades de
realizações bem inspiradas, capazes de nos premiarem com êxito e a
prosperidade.
Assumamos, portanto, uma atitude de otimismo e de
autoconfiança e marchemos, resolutos, para a frente, sempre para a frente, na
convicção plena e inabalável de que a vida é bela e boa e venturosa, para todos
aqueles que a saibam viver!
Do Livro: As Leis
Morais – Rodolfo Calligaris
Um comentário:
Verdade precisamos ser mais otimistas em nossas conquistas beijo Lisette.
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