Esmola e caridade são
tas, por alguns, como uma só e mesma coisa, enquanto para outros a primeira
seria apenas uma faceta da segunda, ou melhor, uma de suas múltiplas
manifestações.
Por
outro lado, há quem considere a esmola um constrangimento para aquele que a dá
e uma humilhação para o que a recebe, negando, assim, seu caráter filantrópico.
Do
ponto de vista espírita, pode haver: esmola sem caridade, esmola com caridade e
caridade sem esmola, dependendo tudo dos sentimentos que acompanhem ou inspirem
o modo de agir das criaturas.
Conceituemos,
esmola, é a coisa que se dá, enquanto caridade é essencialmente amor, não amor
na os mesmos (egoísmo), mas amor ao próximo (altruísmo).
Dentre
as esmolas sem caridade incluem-se as doações arrancadas contra a vontade, por
injunções a que, a pesar seu, a vítima não pode resistir nem esquivar-se; os
auxílios dados com fins propagandísticos, seja para fazer cartaz em períodos
preeleitorais, seja para exaltação da própria personalidade, visando a granjear
fama de sento ou de benemérito; os donativos feitos com total indiferença pala
sua aplicação, assim como quem atira fora a ponta de seu charuto, etc.
As
esmolas com caridade, a seu turno, compreendem uma escala progressiva de
mérito, não evidentemente em função do quantum distribuído, mas sim dos estados
de ama, que lhes sejam intrínsecos. Em outras palavras, isto quer dizer que a
esmola será tanto mais meritória aos olhos de Deus quanto mais puro seja o seu
conteúdo caritativo, isto é, quanto mais às escondidas seja feita, quanto mais
delicadeza encerra, quanto mais abnegação expresse e quanto menos vergonha
cause a quem a recebe.
No
primeiro degrau situam-se os óbolos concedidos de boa vontade, quando
solicitados, esperando os doadores provas de gratidão dos infelizes aos quais
favoreceram.
No
segundo, as esmolas da mesma espécie, cujos autores, conquanto não contem com a
gratidão imediata dos homens, tem como certo tornarem-se merecedores do
mparaíso por causa delas.
No
terceiro, as espontâneas, porém não na justa medida dos recursos de que
disponha o esmoler.
No
quarto, as dadas com alegria e em acordo com as possibilidades de quem as dá,
mas de forma que o favorecido saiba a procedência do favor recebido.
No
quinto, idem, mas já sem que o beneficiado tenha conhecimento de quem seja o
seu benfeitor.
No
sexto, aquelas que se realizam em absoluto anonimato e de maneira tal que nem o
dispensador de benefícios conheça individualmente seus beneficiários, nem estes
possam identificar o filantropo que os ajuda.
No
sétimo, aquelas que, ao invés de simplesmente socorrer os pobres, os enfermos,
enfim, os necessitados de todos os matizes, concorram para eliminar a pobreza,
a enfermidade e os demais aspectos da miséria humana, ensejando novas e mais
amplas oportunidades de educação e trabalho, elevando física, mental,
espiritual e socialmente os párias de todo mundo, para que se promovam,
sintam-se gente como nós e experimentem, cada vez mais, a alegria de viver.
A
caridade sem esmola, consiste no cultiva das virtudes cristãs, que são filhas
od amor, havendo para todos inúmeras formas de exercitá-las.
Do
nababo ao mendigo, ninguém há que, no pleno gozo de suas faculdades, não possa
prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento
físico ou moral, fazer um esforço útil.
Podendo,
como pode, o ouro amoedado, transformar-se em toda sorte de bens utilidades de consumo é, sem dúvida, um
precioso elemento de que a caridade sói lançar mãos nas tarefas do bem; nem
sempre, entretanto, é ele o recurso mais apropriado para estancar lágrimas,
curar feridas e dirimir aflições, pois qualidades do coração valem mais ou
operam melhor que todas as riquezas materiais.
Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris
Um comentário:
bom dia amiga Denise que texto maravilhoso amiga que me enche a alma de alegria e paz parabens por esta linda postagem,que nos oferece um aprendizado verdadeiro claro e profundo um abraço boa semana muita paz e amor com carinho marlene
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