O pavor da morte, às vezes
patológico, afigura-se tão grave, que a criatura se mata a fim de não aguardar a morte...
Compreensívelmente, desde o momento
da concepção manifesta-se o fenômeno da transformação celular ou morte
biológica. Nesse processo de transformações incessantes, chega o momento da
parada final dos equipamentos biológicos, e tal ocorrência é perfeitamente
natural, não podendo responder pelos medos e pavores que têm sido cultivados.
Não é a primeira vez que ocorre a morte
do corpo, na vilegiatura da evolução dos seres. O esquecimento do fenômeno, de
maneira alguma, pode ser considerado como desconhecido pelo Espírito, que já o
vivenciou antes.
Um aprofundamento mental demonstra
que a morte não dói, não apavora, mas o estado psicológico de cada um, em
relação à mesma, transfere as impressões íntimas para o exterior, dando curso
às manifestações aparvalhantes.
A Psicologia transpessoal, lidando
com o ser psíquico, o ser espiritual, sabe-o em processo de evolução, entrando
no corpo — reencarnação — e dele saindo — desencarnação — da mesma forma que o
corpo se utiliza de roupas, que lhe são necessárias e dispensáveis, conforme
as ocasiões.
O simples hábito de dormir, quando
se mergulha na inconsciência relativa, é uma experiência de morte que deve
servir de padrão comparativo para o fim do processo biológico.
Conforme o eu profundo considere a
morte, povoando-a de incertezas, gênios do mal, regiões punitivas ou
aniquilamento, dessa forma a enfrentará. O oposto igualmente se dá. Vestindo a
morte de esperança de reencontros felizes, de aspirações enobrecidas, de
agradável despertar, ocorrerá o milagre
da vida.
O medo da morte decorre da
ignorância da realidade espiritual e do apego ao transitório físico.
Freud afirmava que o instinto da morte é superior ao de
conservação da vida, o que é perfeitamente natural, tendo-se em vista
que o corpo é fenômeno, e este passa, permanecendo a causa, que é a energia, a
vida em si mesma.
A psicoterapia preventiva, como curadora
para o medo da morte, propõe uma conduta harmônica com os níveis superiores de
consciência desperta, lúcida, avançando para a transcendência do eu, até
culminar na identificação com a Cósmica.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
2 comentários:
Muito medo foi passado para s pessoas através de algumas filosofias religiosas e hoje quem não tem um conhecimento mais espiritual teme o momento da partida.
Beijos.
A Elys tem razão quando lembra que esse temor nos foi transmitido, principalmente peals doutrinas religiosas. Mas o Espiritismo surgiu para nos resgatar desse medo infundado.
Quanto mais reflexiono sobre o fenômeno morte, mais o temor se afasta de mim. O que, infelizmente, não vejo nas outras pessoas,algumas delas espíritas também. Que medo ancestral!
Beijos.
Postar um comentário