terça-feira, 30 de julho de 2013
TRÊS ANOS DE EXISTÊNCIA
Leve este banner com você!Vamos comemorar juntos.
Mais um ano de existência! Quero dividir com todos os amigos minha felicidade por essa data.
Continuo com o mesmo objetivo: divulgar a doutrina espírita. Porque? Por sentir-me auxiliada e querer compartilhar com todos os amigos a ajuda recebida pelas das lições recebidas através dos livros lidos. Todos os textos postados são frutos de minhas leituras e reflexões e muitos deles por mim digitados.
Que Jesus possa me auxiliar a postar sempre textos que auxiliem a todos os visitantes deste blog!
Muita paz!
segunda-feira, 29 de julho de 2013
A VIDA NO ALÉM II
Os espíritos inferiores conservam por
muito tempo as impressões da vida material. Acreditam ainda viver fisicamente e
continuam a sentir, às vezes durante anos, o engano de suas ocupações habituais.
Para os materialistas, o fenômeno da morte permanece incompreensível. Por falta
de conhecimentos prévios, confundem o corpo fluídico com o corpo físico. As
ilusões da vida terrestre ainda persistem neles. Pelos seus gostos e até mesmo
pelas suas necessidades imaginárias, estão como que amarrados à Terra. Depois,
lentamente, com a ajuda de espíritos benfazejos, sua consciência desperta, sua
inteligência se abre à compreensão desse novo estado de vida. Mas, desde que procuram
se elevar, sua densidade os faz recair na Terra. As
atrações planetárias e as correntes fluídicas do espaço
os reconduzem violentamente para nossas regiões, como folhas secas varridas
pela tempestade.
Os crentes ortodoxos vagueiam na
incerteza e procuram a realização das promessas do sacerdote e do pastor, o
gozo das beatitudes prometidas. Às vezes, sua surpresa é grande, e um longo
aprendizado é necessário para se iniciarem nas verdadeiras leis do espaço. Em
vez de anjos ou demônios, encontram os espíritos dos homens que, como eles,
viveram na Terra e os precederam.
Sua decepção é grande ao verem suas
esperanças malogradas, suas convicções transformadas por fatos que de nenhum
modo, na educação recebida, os havia preparado. Mas se durante a vida foram bons
e submissos ao dever – tendo os atos sobre o destino ainda mais influência do que as
crenças – essas almas não poderão ser infelizes.
Para os descrentes e todos aqueles que
com eles se recusaram a admitir a possibilidade de uma vida independente do corpo,
julgam-se mergulhados em um sonho, cuja duração irá se prolongar até que seu
erro seja desfeito. Suas impressões são bastante variadas, assim como os valores
das almas. Aquelas que, durante a vida terrestre, conheceram a verdade e a
serviram, recolhem, logo que desencarnam, o benefício de suas investigações e de seus trabalhos.
A lei de atração no espaço é a das
afinidades. Todos os espíritos estão sujeitos a ela. A orientação de seus
pensamentos os leva naturalmente para o lugar que lhes é próprio, porque o pensamento
é a própria essência do mundo espiritual, sendo a forma fluídica apenas o
vestuário. Por todos os lugares, reúnem-se os que se amam e se compreendem.
Se é apegado às coisas materiais, o
espírito permanece ligado à Terra e se mistura aos homens que têm os mesmos gostos,
os mesmos apetites. Quando é voltado para o ideal, para os bens superiores, se
eleva sem esforço para o objeto de seus desejos. Une-se às sociedades do mundo espiritual,
participa de seus trabalhos e desfruta dos espetáculos, das harmonias e do
infinito.
Se o pensamento cria, a vontade
edifica. A fonte de todas as alegrias, de todas as dores está na razão e na
consciência. É por isso que encontramos, cedo ou tarde, no além, as criações de
nossos sonhos e a realização de nossas esperanças. Mas o sentimento da tarefa inacabada traz, ao mesmo tempo que
os afetos e as lembranças, a maior parte dos espíritos para a Terra. Toda alma
encontra o meio que os seus desejos reclamam e irá viver nos mundos sonhados,
unida aos seres que estima; aí também encontrará as lamentações, os sofrimentos
morais que seu passado gerou.
Nossas concepções e nossos sonhos nos
seguem por toda parte. No surto de seus pensamentos e no ardor de sua fé, os adeptos
de cada religião criam imagens nas quais acreditam reconhecer os paraísos
entrevistos. Depois, pouco a pouco, percebem que essas criações são imaginárias, de pura
aparência e comparáveis a vastos panoramas pintados na tela ou a imensos
afrescos. Aprendem, então, a se desprender e desejam realidades mais altas e
mais sensíveis. Sob nossa forma atual e no estreito limite de nossas faculdades, não poderíamos
compreender as alegrias e os êxtases reservados aos espíritos superiores, nem
as angústias profundas experimentadas pelas almas delicadas que chegaram aos
limites da perfeição. A beleza está por toda parte; só os seus aspectos variam
ao infinito, de acordo com o grau de evolução e de depuração dos seres.
Fonte: O
PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR
LÉON DENISdomingo, 28 de julho de 2013
A VIDA NO ALÉM I
A situação do espírito após a morte é
a conseqüência direta de suas inclinações, seja para a matéria, seja para os
bens da inteligência e do sentimento. Se as inclinações sensuais dominam, o ser
forçosamente se imobiliza sobre os planos inferiores, que são os mais densos,
os mais grosseiros. Se alimenta pensamentos belos e puros, eleva-se a esferas
em relação com a própria natureza de seus pensamentos.
Entretanto, essa seleção não é
imediata nem a transição é repentina. Se o olhar humano não pode passar
bruscamente da obscuridade para a luz, o mesmo acontece com a alma. A morte nos
faz entrar num estado transitório, uma espécie de prolongamento da vida física e anterior à vida
espiritual. É o estado de perturbação de que falamos, estado mais ou menos prolongado,
conforme a natureza espessa ou etérea do perispírito.
Livre do fardo material que a oprimia,
a alma acha-se ainda envolvida na rede dos pensamentos e das imagens –
sensações, paixões, emoções – gerada por ela no decurso das suas vidas terrestres;
terá de familiarizar-se com a sua nova situação, tomar consciência do seu
estado, antes de ser levada para o meio cósmico adequado ao seu grau de luz ou
densidade.
A princípio, para a grande maioria,
tudo é motivo de espanto nesse outro mundo, onde as coisas diferem
essencialmente do meio terrestre. As leis da gravidade são menos rígidas. As
paredes não são mais obstáculos. A alma pode atravessá-las e elevar-se nos ares. E, entretanto, certos entraves que
ela não pode definir ainda a retêm. Tudo a deixa com medo e hesitação.
Mas os seus amigos de lá vigiam-na e guiam-lhe
os primeiros vôos.
Os espíritos adiantados libertam-se rapidamente de todas
as influências terrestres e tomam consciência de si mesmos. O véu material se rasga
ao impulso de seus pensamentos e perspectivas imensas se abrem. Compreendem
quase de imediato sua situação e adaptam-se a ela com facilidade. Seu
perispírito, esse instrumento volitivo, organismo da alma da qual nunca se separa, que
é a obra de todo o seu passado, pois ela o construiu e teceu pessoalmente com
sua atividade, flutua algum tempo na atmosfera.
Depois, de acordo com seu estado de
sutileza, de poder, correspondente às atrações distantes, ele se sente naturalmente atraído para
associações similares, para agrupamentos de espíritos da mesma ordem, espíritos
luminosos que rodeiam o recém-chegado com solicitude, para iniciá-lo nas
condições de seu novo modo de existência.
(continua)
Fonte: O
PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR
LÉON DENISsábado, 27 de julho de 2013
CONFLITOS DEGENERATIVOS DA SOCIEDADE
A crise de credibilidade, de confiança, de amor instaura
o estado conflitivo da personalidade que perde o roteiro, incapaz de definir o
que é correto ou não, qual a forma de comportamento mais compatível com a
época e, ao mesmo tempo, favorável ao seu bem-estar, anquilosando pessoas
refratárias ao progresso nas idéias superadas ou produzindo grupos rebeldes
fadados à destruição, que se entregam à desordem, à contra-cultura, buscando
sempre chocar, agredir.
É necessário, portanto, que se dê a transformação, a evolução
dos conceitos, o engrandecimento dos valores. Para tal fim, às vezes, é preciso
que ocorra a demolição das estratificações, do arcaico, do ultrapassado.
Lamentavelmente, porém, nesta ação demolidora, a revolta contra o passado, pretendendo
apagar os vestígios do antigo, vai-lhe até as raízes, buscando extirpá-las.
O mesmo vem acontecendo com a sociedade que, para
livrar-se das teias da hipocrisia, da hediondez, dos preconceitos, da vilania,
da prepotência, elaborou os códigos da liberdade, da igualdade, da
fraternidade, em lutas sangrentas, ainda não considerados além das formulações
teóricas e referências bombásticas, sem repercussão real no organismo das
comunidades humanas em sofrimento.
As recentes reações culturais contra a autenticidade da
conduta têm produzido mais males que resultados positivos.
Em nome da evolução, sucedem-se as revoluções destrutivas
que não oferecem nada capaz de preencher os espaços vazios que causam.
A insatisfação do indivíduo fustiga e perturba o grupo no
qual ele se localiza, sendo expulso pela reação geral ou tornando-se um câncer
em processo metastático. Facilmente o pessimista e o colérico contaminam os
desalentos, passando-lhes o morbo do desânimo ou o fogo da irritação, a
prejuízo geral.
O personalismo se agiganta, as paixões servis se revelam,
o idealismo cede lugar à vileza moral.
A predominância do egoísmo em a natureza humana faz-se
responsável pelo caos em volta, no qual os conflitos degenerativos da
sociedade campeiam.
Surgem as plataformas frágeis em favor do grupo desde que
sob o comando e a alternativa única do ególatra, que alicia outros
semelhantes, que se lhe acercam, igualmente ansiosos por sucessos que não
merecem, mas que pleiteiam. Inseguros, incapazes de competir a céu aberto, honestamente, aguardam
na furna da própria pequenez, por motivos verdadeiros ou não, para incendiarem
o campo de ação alheia, longe dos objetivos nobres, porém reflexos dos seus
estados íntimos conflituosos.
Face às distonias pessoais de que são portadores, decantam
a necessidade do progresso da sociedade e bloqueiam-no com a astúcia, a desarticulação
de programas eficientes, antes de testados, atacando-os vilmente e aos seus
portadores, a quem ferem pessoalmente, pela total impossibilidade de permanecerem
no campo ideológico, já que não possuem idealismo.
Em razão da insegurança pessoal desconfiam dos sentimentos
alheios e provocam distúrbios que se originam em suspeitas injustificáveis, a
soldo do prazer mórbido que os assinala.
Cabe ao homem em conflito revestir-se de coragem, resolvendo-se
pelo trabalho de identificação das possibilidades que dispõe, ora soterradas
nos porões da personalidade assustada.
Sentindo-se incapaz de enfrentar-se, a busca de alguém
capacitado a apontar-lhe o rumo e ajudá-lo a percorrê-lo é tão urgente quão
indispensável. Inúmeras terapias estão ao seu alcance, entre os técnicos da
área especializada, assim como as da Psicologia Transpessoal apresentando-lhe a
intercorrência de fatores paranormais e da Psicologia Espírita, aclarando-o
com as luzes defluentes dos fenômenos obsessivos geradores dos problemas
degenerativos no indivíduo e na sociedade.
O conglomerado social, por sua vez, tem o dever de auxiliar
o homem em conflito, de ajudá-lo a administrar as suas fobias, ansiedades,
traumas, e mesmo o de socorrê-lo nas expressões avançadas quando padecendo
psicopatologias diversas, em ética de sobrevivência do grupo, pois que, do contrário,
através do alijamento de cada membro, quando vier a ocorrência se desarticulará
o mecanismo de sustentação da grei.
Os conflitos degenerativos da sociedade tendem a desaparecer,
especialmente quando o homem, em se encontrando consigo mesmo, harmonize o seu
cosmo individual (micro), colaborando para o equilíbrio do universo social
(macro), no qual se movimenta.
Do livro: O Homem
Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
sexta-feira, 26 de julho de 2013
CULPA, PERDÃO E AUTOPERDÃO
Desta forma, somos chamados diariamente a praticar o
perdão no lar, no trabalho, no convívio social, nas pequenas coisas do
cotidiano para que, quando necessário, possamos utilizá-lo nas grandes mágoas.
É como o treinamento de um atleta de alta performance: muito exercício para
atingir as grandes vitórias.
O prefixo PER significa ao todo, total; DOAR, dar.
Doar, totalmente, esforço para amar um pouco mais. Se alguém pisar no seu pé, sem
querer, é relativamente fácil perdoar, mas se pisar no pé que está com a unha
inflamada, cuja dor é muito superior, precisará de um esforço maior ainda...
As vezes o perdão é quase instantâneo, também pode
demorar algumas horas, dias, meses, anos, séculos, algumas reencarnações. Mas
se entender que o perdão é inevitável à conquista da paz, da felicidade, peça
fundamental na evolução do ser, e que sem o perdão sempre haverá pendências que
mais cedo ou mais tarde deverão ser sanadas, o indivíduo, racionalmente,
empreenderá todos os esforços para atingir este intento.
No capítulo 10 de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
o apóstolo Paulo afirma:
Perdoar os inimigos é pedir perdão para si mesmo.
Perdoar aos amigos é dar-lhes prova de amizade. Perdoar as ofensas é mostrar
que se tornou melhor do que antes. Perdoai, portanto, a fim de que Deus vos
perdoe.
Quando estamos perdoando o outro, estamos também
exercendo o autoperdão; um é conseqüência do outro, porque somos com o outro
como somos conosco mesmo.
Allan Kardec indica a psicoterapia do perdão e
autoperdão: arrependimento (dar-se conta que errou), expiação (desconforto e
sofrimento moral pelo equívoco) e reparação (o ato final, a corrigenda do
erro). O verdadeiro perdão sempre envolve atividades reparadoras.
Mágoas, culpas e ressentimento servem como alerta, um
despertador avisando que alguma coisa na nossa conduta está equivocada. Quando
não trabalhados com a tolerância e o perdão, trazem como conseqüências
transtornos psiquiátricos ou doenças físicas.
Emmanuel nos diz que o remorso é um lampejo de Deus
sobre o complexo de culpa eu se expressa por enfermidade da consciência.
Como você se vê no futuro? Como afirmou Pierre Dac,
líder francês da resistência nazista da Segunda Grande Guerra Mundial, o futuro
é o passado em preparação.
Val a pena investir no perdão consigo mesmo e com o
outro para que o remorso e o arrependimento não sejam nossos companheiros no
futuro.
Luís Roberto Scholl
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – jan/2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
DESIDENTIFICAÇÃO
São as substâncias que respondem
pelo comportamento do ser, propiciando-lhe liberdade ou escravidão e dando
nascimento ao eu.
Numa pessoa média, portadora de
consciência, sem a nobre conquista do discernimento e da vivência compatível,
a ilusão e os engodos se estruturam, passando à posição das realidades únicas,
que ignoram, por efeito, a legítima Realidade.
Essa deturpação psicológica
proporcionada pelo ego, que se entorpece e se engana, contribui para as
experiências utópicas e alienadoras, que lhe alteram a conduta, produzindo
estados profundamente perturbadores.
O hábito e o cultivo dos pensamentos
viciosos, de qualquer natureza, tornam-se as substâncias que formam a
personalidade doentia, que se adapta aos fatores dissolventes, rompendo a
linha do equilíbrio e do discernimento, empurrando para o trânsito pela senda
da irrealidade.
Sem dúvida, a pessoa portadora de
substâncias fragmentadoras move-se em um verdadeiro nevoeiro, que é mais compacto ou mais sutil, conforme as
fixações, os vícios a que se aferra.
Identificando-se com as idéias que
lhe são convenientes — algumas de procedência psicopatológica — adapta-se-lhes
e incorpora-as, deformando a personalidade, e esta irrealidade termina por
afetar-lhe a individualidade, caso não se resolva pela psicoterapia específica
e urgente.
Expressam-se essas identificações
nas áreas fisiológicas — como sensações — e psicológica — como emoções.
Toda vez que a pessoa tenta a
conscientização íntima, o encontro com o Eu profundo, a busca interior, as
sensações predominantes nas paisagens físicas perturbam-lhe a decisão,
impedindo a experiência. São sensações visuais, gustativas, olfativas,
auditivas, tácteis, com as quais convive em regime de escravidão, e que assomam
no silêncio, na concentração, ocupando o espaço mental, desviando a atenção da
meta que busca.
São ruídos externos que, em outras
circunstâncias, não são percebidos; imagens visuais arquivadas, aparentemente
esquecidas; olfação excitada, que provoca o apetite; coceiras e comichões que
surgem, simultâneos, em várias partes do corpo; salivação e desejo de
alimentar-se, tomando os centros de interesse e desviando-os da finalidade
libertadora.
Por outro lado, nos tentames do
silêncio interior para reequilíbrio da personalidade, as sensações produzem
associações de idéias que levam a evocações insensatas.
Música e perfume retornam à
sensibilidade orgânica e induzem a recordações atribuladoras, com lamentáveis
anseios de repeti-las e frui-las novamente.
A mente viciada e o corpo acomodado
dificultam o despertar da consciência para a lucidez.
A atividade de desidentificação, por
isso mesmo, torna-se urgente.
Mediante a mudança dos hábitos
mentais, do cultivo das idéias — substituindo as perturbadoras por outras
saudáveis, já que todo espaço deve ser preenchido — do exercício disciplinado
dos pensamentos, passando à alteração dos prazeres e gozos ilusórios que devem
ceder lugar àqueles que se expressam como manifestação da Realidade
plenificadora, ocorrerá a libertação dos vícios e fixações, desidentificando-se
da conduta tormentosa.
Como envoltórios concêntricos que
asfixiam as irradiações do Eu real, as identificações deverão ser liberadas de
dentro para fora, portanto, da essência para a substância.
A medida que a consciência se
desenovela dos impedimentos psíquicos, mais amplas descobertas são logradas nas
áreas das identificações, que passam a ser diluídas, permitindo-a fulgir qual
estrela poderosa no velário da noite transparente.
A consciência desidentificada com a
personalidade fragmentada, enfermiça, proporciona bem-estar.
Essa conquista, a da consciência
plena, faculta alegria. Como conseqüência, o silêncio interior consciente,
responsável pela saúde psíquica e emocional, predispõe o ser ao crescimento das
aspirações e ao esforço dos ideais de enobrecimento.
Nessa fase de desidentificação e
lucidez plena, a consciência predispõe-se à conquista do estágio mais elevado,
pelo menos na área humana, que é a sua harmonização total com a de natureza
Cósmica.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
quarta-feira, 24 de julho de 2013
ANTE A LIÇÃO
" Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento
em tudo."
Paulo (II Timóteo, 2:7)
Ante a exposição da verdade, não te
esquives à meditação sobre as luzes que recebes.
Quem fita o céu, de relance, sem
contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a
acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.
Debalde escutarás a palavra inspirada
de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento
mergulhe na claridade bendita daquela.
Inúmeros seguidores do Evangelho se
queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos
à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição
ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.
Quando a câmara permanece sombria,
somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.
Dediquemos algum esforço à graça da
lição e a lição nos responderá com as suas graças.
O apóstolo dos gentios é claro na
observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará
entendimento em tudo."
Considerar significa examinar,
atender, refletir e apreciar.
Estejamos, pois, convencidos de que,
prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em
retribuição à nossa boa vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.
Fonte: Fonte Viva – Chico Xavier/Emmanuel
terça-feira, 23 de julho de 2013
DEPRESSÃO
Atenta para a
renovação interior, busca o auxílio espiritual e o especializado, não te
afastando do psicoterapeuta sublime.
Liberta-te da sombra
doentia e inunda-te da luz do sol da alegria, rumando na direção da saúde que
te aguarda.
Nasceste para
conquistar o infinito, e isso depende exclusivamente de ti.
Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
segunda-feira, 22 de julho de 2013
NO REINO DO CORAÇÃO
Em verdade, asseverou Jesus que o Reino de Deus ainda não é deste
mundo, no entanto, várias vezes, afirma que esse Reino permanece dentro de
nós.
Muitos aguardam a vinda espetacular do Céu à Terra, ignorando que
a construção do Céu há de começar em nós, se nos propomos alcançar a Vida
Perfeita.
Não olvides o reino do coração, se anelas trabalhar pelo Reino do
Cristo.
Não podes sustar a perturbação que ruge em derredor de teus
passos, entretanto, é possível apaziguar a própria alma e encontrar dento dela
um abrigo de serenidade e esperança.
Não podes paralisar o verbo que fere e vergasta, mas, é fácil
guardar o próprio espírito em silêncio para somente movimentá-lo na bondade que
ajuda, compreende e perdoa.
Não podes, sem dúvida, inventar, de repente, hospitais e escolas,
lares e templos em que a coletividade enferma e sofredora encontre, de
imediato, remédio e ensinamento, aconchego e fé viva, contudo, ainda hoje, é
possível socorrer o parente desarvorado, amparar a criança infeliz, consolar o
velhinho anônimo, auxiliar ao ignorante com uma frase amiga ou encorajar o
irmão doente.
Não podes, de improviso, impedir a carreira do mal, no entanto, é
justo te consagres ao bem, como ponto de apoio ao amor puro que se derrama da
Esfera Divina, em benefício da Humanidade em crescimento para a Luz.
Para isso, porém, é preciso te escudes, hoje e amanhã, na boa
vontade.
Lembremo-nos de que o valor de nossa existência está em função do
valor que a nossa vida represente para as vidas que nos rodeiam.
Ainda mesmo que todas as circunstâncias te hostilizem, ajuda
sempre.
A Eterna Sabedoria, a seu tempo, se manifestará, abençoando-te o
sacrifício.
Realmente, não podes aguardar o Reino de Deus na Terra de agora,
mas, desde agora, podes iluminar o Reino de Deus que está em ti.
Avalia as bênçãos que te marcam os dias e as vitórias íntimas que entesouraste no campo das próprias experiências e nunca te acomodes com o
desespero.
Emmanuel
Fonte: Irmão – Chico
Xavier/Espíritos Diversos
domingo, 21 de julho de 2013
A LUZ SEGUE SEMPRE
"E as suas
palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram." (LUCAS, 24:11.)
A perplexidade surgida
no dia da Ressurreição do Senhor ainda é a mesma nos tempos que passam, sempre
que a natureza divina e invisível ao olhar comum dos homens manifesta suas
gloriosas mensagens.
As mulheres devotadas,
que se foram em romaria de amor ao túmulo do Mestre, sempre encontraram
sucessores. Todavia, são muito raros os Pedros que se dispõem a levantar para a
averiguação da verdade.
Em todos os tempos, os
transmissores de notícias de além-túmulo peregrinaram na Terra, quanto hoje.
As escolas religiosas
deturpadas, porém, somente em raras ocasiões aceitaram o valioso concurso que
se lhes oferecia.
Nas épocas passadas,
todos os instrumentos da revelação espiritual, com raras exceções, foram
categorizados como bruxos, queimados na praça pública, e, ainda hoje, são tidos
por dementes, visionários e feiticeiros. É que a maioria dos companheiros de
jornada humana vivem agarrados aos inferiores interesses de alguns momentos e
as palavras da verdade imortalista sempre lhes pareceram consumado desvario.
Entregues ao efêmero, não crêem na expansão da vida, dentro do infinito e da
eternidade, mas a luz da Ressurreição prossegue sempre, inspirando seus
missionários ainda incompreendidos.
Fonte: Vinha de Luz –
Chico Xavier/Emmanuel
sábado, 20 de julho de 2013
BASES
“Disse-lhe
Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se
eu
não te lavar, não tens parte comigo.” — (JOÃO, capítulo 13, versículo
8.)
É
natural vejamos, antes de tudo, na resolução do Mestre, ao lavar os pés dos
discípulos, uma demonstração sublime de humildade santificante.
Primeiramente,
é justo examinarmos a interpretação intelectual, adiantando, porém, a
análise mais profunda de seus atos divinos. É que, pela mensagem permanente do
Evangelho, o Cristo continua lavando os pés de todos os seguidores
sinceros de sua doutrina de amor e perdão.
O
homem costuma viver desinteressado de todas as suas obrigações superiores, muitas
vezes aplaudindo o crime e a inconsciência. Todavia, ao contacto de Jesus e de
seus ensinamentos sublimes, sente que pisará sobre novas bases, enquanto
que suas apreciações fundamentais da existência são muito diversas.
Alguém
proporciona leveza aos seus pés espirituais para que marche de modo diferente nas
sendas evolutivas.
Tudo
se renova e a criatura compreende que não fora essa intervenção maravilhosa e não
poderia participar do banquete da vida real.
Então,
como o apóstolo de Cafarnaum, experimenta novas responsabilidades no
caminho e, desejando corresponder à expectativa divina, roga a Jesus lhe lave,
não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.
Fonte: CAMINHO,
VERDADE E VIDA
FRANCISCO CÂNDIDO
XAVIER/EMMANUELsexta-feira, 19 de julho de 2013
GENERALIDADES SOBRE OS ANIMAIS
Sem dúvida os animais são seres
inteligentes. Para cada grau de evolução há um grau de inteligência e um corpo
sobre o qual o espírito poderá se manifestar. Quanto mais inteligente o
espírito que está estagiando nessa fase animal, melhor será o corpo para que
seu espírito tenha mais condições de se manifestar inteligentemente. De nada
adiantaria um ser inteligente estagiar em um corpo no qual não poderá expor
todo o seu potencial. Por isso, a reencarnação dá a oportunidade de recebermos
corpos cada vez mais adequados às nossas condições evolutivas. Como já foi
provado pela ciência, o animal possui uma inteligência que se manifesta de
acordo com as suas possibilidades. Há o caso dos cavalos de Elberfeld que
sabiam resolver problemas complexos de raiz cúbica e raiz quadrada por um
método de batidas com os cascos no chão. Certa vez um desses cavalos, que
estava triste, estava sendo examinado por um cientista chamado Maeterlinck. Seu
dono quis saber por que estava triste e o animal respondeu por meio de batidas
com as patas no solo que o tratador bateu em um de seus companheiros.
Há o caso de Rolf que também sabia
resolver problemas matemáticos e ainda
conversava com a dona por um método próprio de toque com a pata dianteira. Em
uma das oportunidades em que sua dona teve de se separar da filha, que iria
estudar em outra cidade, ficou triste e chorou. Rolf aproximou-se pelos toques
com as patas conseguia construir palavras e disse a ela: “Não chore, senão Rolf
fica triste”. O cientista C. Lilly diz que os golfinhos ao mais inteligentes u
os seres humanos porque eles possuem habilidades mentais que nós não temos e
ainda têm 3 vezes mais células neurais que nossos cérebros. Eles processam
informações 16 vezes mais rapidamente que nós.
Em suma, não podemos menosprezar a
inteligência dos animais, pois eles podem nos surpreender.
Fonte: A
Espiritualidade dos Animais – Marcel Benedeti
quinta-feira, 18 de julho de 2013
ILUSÃO II
A sensação de que podemos controlar a vida de
parentes e amigos também é uma das mais freqüentes ilusões e, nem sempre, é
fácil diferenciar a ilusão de controlar e a realidade de amar e compreender.
A ação de controlar os outros se transforma, com o
passar do tempo, em um nó que estrangula, lentamente, as mais queridas
afeições. Se continuarmos a manter essa atitude manipuladora, veremos em breve
se extinguir o amor dos que convivem conosco. Eles poderão permanecer ao nosso
lado por fidelidade, jamais por carinho e prazer.
Em outras circunstâncias, agimos com segundas
intenções, envolvendo criaturas qu nos parecem trazer vantagens imediatas. Em
nossos devaneios e quimeras, achamos que conseguiremos lograr êxito, mas, como
sempre, todo plano oportunista, mais cedo ou mais tarde, será descoberto.
Quando isso acontece, indignamo-nos, incoerentemente, contra a pessoa e não
contra a nossa auto-ilusão.
Escolhemos amizades inadequadas, não analisamos suas
limitações e possibilidades de doação, afeto e sinceridade e, quando recebemos
a pedra da ingratidão e da traição por parte deles, culpamo-los. Certamente,
esquecemo-nos de que somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as
criaturas dêem o que não podem e que ajam com imaginamos que devam agir.
A consciência humana está quase sempre envolvida por
ilusões, que impossibilitam, por um lado, a capacidade de autopercepção; por
outro, dificultam o contato com a realidade das coisas e pessoas.
Não culpemos ninguém pelos nossos desacertos, pois
somos os únicos responsáveis – cada um de nós – pela qualidade de vida que
experimentamos aqui e agora.
O sentimento de justiça está em a natureza o
progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus o pôs no coração
do homem...
Procuremos auscultar nossas percepções interiores,
usando nossos sentidos mais profundos e observando o que nos mostram as leis
naturais estabelecidas em nossa consciência. Confiar no sentimento de justiça
que sai do coração, conforme asseveram os Guias da Humanidade, é promover a
independência de nossos pensamentos e viver com senso de realidade. Aliás, são
essas as características mais importantes das pessoas espiritualmente maduras.
Estamos na Terra para estabelecer uma linha divisória
entre a sanidade e a debilidade; portanto, é imprescindível discernir o que
queremos forçar que seja realidade daquilo que verdadeiramente é realidade.
Muitas vezes, podemos estar nos iludindo a ponto de negar fatos preciosos que nos
ajudariam a perceber a grandiosidade da Vida Providencial trabalhando em favor
de nosso desenvolvimento integral.
Do
livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
terça-feira, 16 de julho de 2013
ILUSÃO I
A criatura humana que modela suas reações emocionais através dos critérios dos outros, estabelece para si própria metas ilusórias na vida. Esquece-se, entretanto, de que suas experiências são únicas, como também únicas são suas reações, e de que o constante estado de desencontro e aflição é subproduto das tentativas de concretizar essas suas irrealidades.
Constantemente, criamos fantasias em nossa mente,
bloqueamos nossa consciência e recusamos aceitar a verdade. Usamos os mais
diversos mecanismos de defesa, seja de forma consciente, seja de forma
inconsciente, para evitar ou reduzir os eventos, as coisas ou os fatos de nossa
vida que nos são inadmissíveis. A negação é um desses mecanismos psicológicos;
ela aparece como primeira reação diante de uma perda ou de uma derrota.
Portanto, negamos, invariavelmente, a fim de amortecer nossa alma das
sobrecargas emocionais.
Quanto mais sonhos ilógicos, mais cresce a luta para
materializá-los, levando certamente os indivíduos a se tornarem prisioneiros de
um círculo vicioso e, como resultado, a sofrerem constantes frustrações e uma
decepção crônica.
Um exemplo clássico de ilusão é a tendência exagerada
de certas pessoas em querer fazer tudo com perfeição, aliás, querer ser o
modelo perfeito. Essa abstração ilusória as coloca em situação desesperadora.
Trata-se de um processo neurótico que faz com que elas assimilem cada
manifestação de contrariedade dos outros como um sinal do seu fracasso e a
interpretem como uma rejeição pessoal.
O ser humano supercrítico tem uma necessidade
compulsória de se considerado irrepreensível. Sua incapacidade de aceitar os
outros como são é reflexo de sua incapacidade de aceitar a si próprio. Sua
busca doentia da perfeição é uma projeção de suas próprias exigências internas.
O perfeccionismo é, por certo, a mais comum das ilusões e, inquetionavelmente,
uma das mais catastróficas, quando interfere nos relacionamentos humanos. Uma
pessoa perfeita exigirá apenas companheiros perfeitos.
(continua)
Do
livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
segunda-feira, 15 de julho de 2013
MORTE III
Quanto aos suicidas, a perturbação em
que se encontram mergulhados após a morte é profunda, terrível, dolorosa. A
angústia os oprime e os segue até sua reencarnação seguinte. Seu gesto
criminoso causa ao corpo fluídico, o perispírito, um abalo violento e
prolongado, que será transmitido ao organismo carnal no renascimento. A maior
parte deles volta enferma à Terra. Estando a vida no suicida em toda a sua
força, o ato brutal que a despedaça produzirá longas repercussões em seu estado
vibratório e determinará doenças ou desequilíbrios nervosos em suas futuras vidas terrestres.
O suicida procura o nada e o
esquecimento de todas as coisas, mas se defronta, ao contrário, em face de sua
consciência, na qual permanece gravada, para todo o sempre, a lembrança lastimável
de ter fugido do combate da vida. A prova mais dura, o sofrimento mais cruel
que haja na Terra, é preferível a essa perpétua mancha da alma, à vergonha de
não poder mais se prezar.
A destruição violenta de recursos
físicos que ainda lhe poderiam ser úteis e até mesmo fecundos não livra o
suicida das provas de que quis fugir, porque ele terá que reatar a cadeia
quebrada de suas existências e tornar a passar pela série inevitável das
provas, agravadas por atos e conseqüências que ele mesmo causou.
Os motivos do suicídio são de ordem
passageira e humana; as razões de viver são de ordem eterna e sobre-humana.
O conhecimento que pudemos adquirir
das condições da vida futura exerce uma grande influência sobre nossos últimos
momentos. Ele nos dá mais segurança; abrevia a separação da alma.
Para se preparar utilmente para a vida
do além, é preciso não apenas estar
convencido de sua realidade, mas também compreender suas
leis, ver com o
pensamento as vantagens e as conseqüências de nossos
esforços para o ideal moral. Nossos estudos psíquicos, as relações
estabelecidas durante a vida com o mundo invisível, nossas aspirações a modos
de existência mais elevados desenvolvem nossas faculdades adormecidas e, quando
chega a hora definitiva, estando a separação corporal já em parte efetuada, a
perturbação tem pouca duração. O espírito se reconhece rapidamente; tudo o que
vê lhe é familiar; adapta-se sem esforço e sem emoção às condições de seu novo meio.
Quando se aproxima a hora derradeira,
os moribundos muitas vezes entram em posse de seus sentidos psíquicos e
percebem os seres e as coisas do invisível.
Em resumo, o melhor meio de
garantirmos uma morte suave e tranqüila é viver dignamente, com simplicidade e
sobriedade, com uma vida sem vícios nem fraquezas, desligando-nos antecipadamente
de tudo o que nos prende à matéria, idealizando nossa existência, povoando-a com pensamentos elevados e
com ações nobres.
O mesmo acontece com as condições boas
ou ruins da vida de além-túmulo. Elas também dependem unicamente da maneira pela
qual desenvolvemos nossas tendências, nossos apetites, nossos desejos. É no
presente que é preciso se preparar, agir, se reformar, e não no momento em que
se aproxima o fim terrestre.
Não temos outro juiz ou algoz no
além-túmulo a não ser a nossa própria consciência. Livres dos obstáculos
terrestres, ela adquire um grau de importância difícil de ser compreendido por nós.
Muitas vezes adormecida durante a vida, ela acorda com a morte e sua voz se
eleva; evoca as lembranças do passado; livres de qualquer ilusão, aparecem-lhe
sob sua verdadeira luz, e nossas menores faltas tornam-se causa de lamentações.
Fonte: O
PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR
LÉON DENIS
domingo, 14 de julho de 2013
MORTE II
Pouco a pouco, o nevoeiro vai ficando
mais claro; as percepções se tornam mais nítidas. O espírito recupera sua
lucidez; desperta para a nova vida, a vida do espaço. Instante solene para ele,
mais decisivo, mais formidável que a hora da morte, porque, de acordo com seu
valor e seu grau de pureza, esse despertar
será calmo e delicioso ou cheio de ansiedade e
sofrimento.
No estado de perturbação, a alma está
consciente dos pensamentos dirigidos a ela. Os pensamentos de amor, de
caridade, as vibrações dos corações afetuosos brilham para ela como raios na
neblina que a envolve e a ajudam a se separar dos últimos laços que a prendem à
Terra, a sair da sombra em que está imersa.
É por isso que as preces inspiradas
pelo coração, ditas com calor e convicção, especialmente as improvisadas, são
fortalecedoras, benfazejas para o espírito que deixou a vida corporal. Pelo
contrário, as orações vagas, infantis, das Igrejas, muitas
vezes não têm efeito algum. Pronunciadas maquinalmente,
não têm poder vibratório que faz do pensamento às vezes uma força penetrante e,
ao mesmo tempo, uma luz.
O cerimonial religioso em uso
geralmente traz pouca ajuda e conforto aos mortos. A ignorância das condições
da sobrevivência torna os participantes dessas manifestações indiferentes e distraídos.
É quase um escândalo ver a displicência com que se assiste, em nossa época, a
uma cerimônia fúnebre. A atitude dos assistentes, a falta de recolhimento, as
conversas banais durante o funeral, tudo causa dolorosa impressão. Bem poucos dos
que acompanham o enterro pensam no defunto e sentem
como um dever projetar para ele um pensamento afetuoso.
As preces fervorosas de seus amigos, de seus parentes, são
bem mais eficazes para o espírito do morto do que as manifestações do culto
mais pomposo. Entretanto, não é bom nos entregarmos desmedidamente à dor da
separação. Certamente que as lamentações da partida são legítimas e as lágrimas
sinceras são sagradas; porém, se essas lamentações são muito exageradas, entristecem
e desanimam aquele a quem são dirigidas e, muitas vezes, testemunha delas. Em
vez de lhe facilitarem o vôo para o espaço, elas o prendem nos lugares onde
sofreram e onde ainda estão sofrendo aqueles que lhe são caros.
As existências interrompidas
prematuramente em acidentes chegaram ao seu fim previsto. São, em geral,
complementos de existências anteriores que foram truncadas por causa de abusos ou
de excessos. Quando, em conseqüência de hábitos desregrados, gastaram-se os
recursos vitais antes da hora marcada pela natureza, deve-se voltar e
completar, em uma existência mais curta, o lapso de tempo que a existência
anterior devia ter normalmente preenchido. Acontece que os seres humanos
passíveis dessa reparação reúnem-se num ponto pela força do destino,
para resgatar numa morte trágica as conseqüências dos
atos que estão relacionados com o passado anterior ao nascimento.
Daí as mortes coletivas, as
catástrofes que lançam no mundo um aviso. Aqueles que partem assim acabaram o
tempo que tinham de viver e vão se preparar para existências melhores.
(continua)
Fonte: O
PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR
LÉON DENIS
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