O anseio inconsciente pela sobrevivência do ser consciente
à morte física abre as portas da percepção psíquica, facultando o devassar das
sombras do além.
Já não aspira o homem sorver a água do Letes para o esquecimento,
porém sondar o que ocorre na sua outra margem. E é de lá que têm vindo
inesgotáveis informações, notícias, desafios novos, todos demonstrando a
indestrutibilidade da vida, a sua causalidade e seu finalismo inevitável.
Por mais se dilatem os arquétipos jungianos até às suas nascentes, estratificadoras, a
sobrevivência os precede, porque foram aqueles que atravessaram a fronteira,
que vieram para elucidar a ocorrência mortuária, falando sobre a imortalidade
a que retornaram.
A Doutrina Espírita, apresentada por Allan Kardec,
resultado de acuradas observações e experimentos de laboratório, prova a
sobrevivência do ser à sua disjunção cadavérica.
É inerente à estrutura da vida a sua indestrutibilidade,
graças à qual somente há transformações e nunca aniquilamento.
Partindo-se deste princípio de imanência, a consciência
não se extingue por ocasião da desorganização cerebral. Independente dela,
torna-a instrumento pelo qual se expressa, mas, não indispensável à sua
existência.
Os fenômenos de ectoplasmia, vidência, psicofonia, psicografia
e os mais hodiernamente estudados pela Metaciência. que se utiliza de
complexos aparelhos — spiricon, vidicom — atestam a continuação e
independência do Espírito à morte do corpo.
Examinadas com cuidado inúmeras hipóteses para explicá-los,
a única a resistir a todo cepticismo, pelos fatos que engloba, é a da
imortalidade da alma com a sua conseqüente comunicabilidade.
Neste capítulo se enquadram diversas psicopatias, cujas
gêneses resultam de influências espirituais mediante as quais se abre o campo
das obsessões, igualmente conhecidas desde priscas eras com outras
denominações. Esta influência deletéria dos mortos sobre os vivos tem o seu
reverso na que se opera graças à interferência dos anjos, dos serafins, dos
santos, dos guias espirituais e familiares de
inegáveis benefïcios para a criatura humana, inclusive, na área da preservação
e recuperação da saúde.
Cunhou-se, como efeito imediato, o brocardo que assevera
que “os mortos conduzem os vivos”, tal a ingerência que têm aqueles no
comportamento destes. Eliminando-se, porém, o exagero, o intercâmbio psíquico
e físico se dá com mais
freqüência entre eles do que supõem os desinformados. E isto constitui bela
página do Livro da Vida, facultando ao ser pensante a compreensão e certeza da
sua eternidade, bem como ensejando atender as excelentes possibilidades de crescimento
desalienante e a perspectiva de plenitude, fora das conturbações e dos
desajustes que ocorrem no processo de seu amadurecimento psicológico e de seu
autodescobrimento.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: dope-shower.blogspot.com
2 comentários:
Amiga Denise, passando por aqui para aprender com teus posts. Um abraço. Tenhas um dia abençoado.
Sim, os mortos falam,
os "que se foram" não estão ausentes,
não existem barreiras intransponíveis!
Tudo canta a vida no Universo!
Por que o homem insiste em se isolar?
Crianças, que se trancam no armário,
e ficam chorando com medo do escuro.
Beijos.
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