Um semeador, durante todo o dia,
semeou grãos de trigo no seu campo.
Ao por do
sol voltou para casa, cansado, mas, feliz por haver realizado sua missão de
trabalho. Semeara trigo e estava contente porque aquele trigo seria, em breve,
transformado em pão, para alimento de muita gente.
Porém, esse
homem tinha um inimigo que invejava suas plantações. O inimigo era mau e
queria, a todo custo prejudicar as sementeiras do fazendeiro.
“Que farei?”
— pensava o inimigo. E teve a idéia maldosa de semear pequenas pedras no campo
de trigo; mas, poderiam ser retiradas e seu ódio não ficaria satisfeito.
Resolveu, então, semear joio onde o trigo havia sido semeado. Foi esse o plano
maldoso do inimigo do semeador.
O joio é uma
planta muito parecida com o trigo, mas, não serve para a alimentação do homem,
podendo até envenená-lo. Eis porque o inimigo do fazendeiro quis fazer a
mistura do joio com o trigo no campo, visando prejudicar a colheita e causar
males aos que se alimentassem do produto daquele campo.
O inimigo
fez o que pensou. Durante a noite, enquanto o fazendeiro e seus trabalhadores
dormiam, o homem maldoso entrou no campo e semeou joio no meio do trigal.
Completada sua obra de ódio e ruindade, ele se retirou, cuidadosamente.
Algum tempo
depois, quando as espigas de trigo já surgiam no campo, apareceu também o joio.
Então, os trabalhadores foram dizer
ao fazendeiro o que haviam visto no campo:
— Senhor, não semeaste no campo
somente boas sementes? Por que, então, está nascendo joio no trigal?
O fazendeiro
já havia descoberto tudo e respondeu aos servidores:
— Foi um inimigo que fez isso...
Os trabalhadores lhe perguntaram:
— Senhor, queres que vamos, agora
mesmo, arrancar o joio?
O senhor,
porém, lhes respondeu com uma explicação:
- Não é
possível fazer isso agora. Vocês sabem que o joio é muito parecido com o trigo.
Se vocês
quiserem arrancar o joio, que foi plantado junto com o bom grão, arrancarão
também o trigo, pois as raizes de ambos muitas vezes se entrelaçam. Deixem que
cresçam juntos o joio e o trigo. Na época da ceifa, eu direi aos ceifeiros que
colham primeiro o joio e o atem em feixes para queimá-lo; e depois juntem o
trigo no meu celeiro.
(Mateus, capítulo 13º,
versículos 24 a
30, e 36 a
43)
*
Esta Parábola do Joio e do Trigo,
Jesus a contou ao povo da Galiléia. Seus discípulos estavam presentes, mas,
não a entenderam. Quando Jesus chegou à casa de Simão Pedro, os discípulos lhe
pediram que lhes explicasse a parábola.
E o Divino Mestre interpretou-a com
muita simplicidade.
O Semeador, é Ele mesmo,
Jesus, que semeia a boa semente.
O campo é o mundo, Terra onde vivemos.
A boa
semente são os filhos do
Reino, isto é, são as almas que ouvem o Evangelho e fazem todos os
esforços para compreendê-lo e praticá-lo.
O joio são os filhos do Maligno, o que quer dizer,
as almas que não querem ouvir as leis divinas nem as cumprir, mas, buscam os
maus caminhos do vicio, da maldade e do pecado.
O
inimigo, que semeou o joio, é o Diabo, palavra que traduz as Forças do Mal, os Espíritos das
Trevas, que lutam contra a obra de Jesus, induzindo as almas ao crime, ao
pecado e à injustiça.
A ceifa é o fim do mundo, isto é, a época da
regeneração da Terra, quando o nosso planeta deixar de ser um mundo de
expiação e de provas para ser elevado à categoria de mundo de regeneração, com
o surgimento do Reinado de Jesus entre os homens.
Os
ceifeiros são Mensageiros da Luz, verdadeiros chefes invisíveis da
humanidade; são os Grandes Espíritos que, em nome de Deus, dirigem os nossos
destinos e vão presidir a transformação do mundo.
Assim
como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será também na época da Grande
Regeneração em nosso mundo. Haverá uma verdadeira separação das almas
obedientes das rebeldes. Os que desejam sinceramente o caminho do Bem e da Justiça
serão distanciados daqueles que, por gosto próprio, preferem o caminho da
maldade e da injustiça.
Os
Grandes Espíritos presidirão a essa separação, que não está longe de ser
feita. Todos os que cometem escândalos, maldades, injustiças serão destinados
aos mundos inferiores, onde serão purificados pelo fogo da dor e da expiação. Nesses mundos inferiores, as almas
rebeldes sofrem imensamente.
Outro, bem diferente, é o destino
dos justos, das almas obedientes e fiéis. Disse Jesus: “Elas brilharão como o sol, no Reino de Deus”. Aqueles que,
neste mundo, buscarem fazer o bem aos semelhantes e cumprir os mandamentos
divinos, serão, na Eternidade, Espíritos bons e dignos, seres felizes, belos e
resplandecentes. Eis a recompensa que Deus destina aos Seus filhos bondosos e
fiéis.
Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES
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