Se analisarmos atentamente os flagelos da sociedade,
na base dos homicídios, quase sempre estão ocorrências atreladas ao consumo de
álcool. Os tribunais estão abarrotados de processos em face dos delitos
oriundos do consumo de alcoólicos. As penitenciárias estão superlotadas por
questões vinculadas ao consumo de bebidas alcoólicas. Muitas famílias estão
aniquiladas, desestruturadas por causa dos alcoólicos de vários arranjos
(destilados ou fermentados).
Os alcoólicos não matam a sede, não aquecem no frio,
ao relaxam músculos. Revoguemos esses e outros mitos de que os alcoólicos podem
ser bebidos com moderação – isso quase sempre não é verdade. Sob o escudo das
desculpas esfarrapadas, um espantoso número de pessoas tem absolvido a
devassidão do consumo de bebidas alcoólicas em suas práticas usuais. Muitos são
os paranóicos de plantão que se abeiram da insensatez para afiançar eu até
mesmo o Cristo bebeu vinho. Nada mais hediondo que essa forma leviana de
rebaixar o Mestre até as alamedas de imoralidade e morbidez em que estagiam os
viciados.
Beber é histórica e culturalmente considerado um
hábito social inofensivo, um prazer, uma curtição. Tudo muito irônico, até no
escárnio das piadas sobre os bêbados. A rigor, o alcoolismo é uma enfermidade
grave e crônica que, como qualquer dependência, não tem cura, porém tem
tratamento. Desde 2003, os cientistas já afirmavam ter descoberto um gene
importante para a explicação dos inúmeros efeitos do álcool no cérebro, e
esperavam poder produzir um medicamento que desativasse alguns dos efeitos de
prazer ligados à ingestão do álcool, e talvez tentar combater o alcoolismo com
remédio. Não deu certo!
O vício, seja revestido de que caráter for, e onde
for e por quem for cometido, nunca deixará de ser um ato nefasto, carecendo ser
eliminado a fim de que se reerga o sujeito a ele jugulado, para conseguir seus
apropriados caminhos de renovação e exultação.
Nessas vias em que o vício se oferece como coisa
admitida, existem os que fazem questão de se despontar impassíveis a quaisquer
advertências do bom senso, sinalizando com o livre-arbítrio, enquanto outros
perpetram deboches dos que pregam virtudes, provocando-os com a ridícula
exposição de suas moléstias, tão logo acabam de ouvir ou de ler qualquer
admoestação ponderada.
Ingerir alcoólicos apenas para manter companhias
sociais, ou para que tragam excitações artificiais para a desinibição ou para o
que for, poderá denotar longo período de destrambelhamento e de agonias nos
imperiosos desagravos do corpo e da mente, em função dessas autodestruições que
se vão perpetrando à sombra de muitas falácias que encachaçam os ouvidos com
citações de efeito, bem arranjadas, mas que não impetram apaziguar a
consciência, onde agitam as Sublimes Leis.
Num contexto social permissivo, o vício da ingestão
de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um
período histórico que passa lento e doído. Vale ressaltar que ao reencarnarmos
trazemos conosco os remanescentes de nossas faltas como raízes congênitas dos
males que nós mesmos plantamos. O espiritismo também relata e adverte sobre a
influência espiritual oculta, ou seja, o meio espiritual que respiramos pode
contribuir para o surgimento de um determinado vício. O viciado e álcool quase
sempre tem a seu lado entidades inferiores que o induzem á bebida, nele exercendo
grande domínio e dele usufruindo as mesmas sensações etílicas.
Há o mito de que a nefasta maconha leva os jovens a
outras drogas. Mas é o álcool que faz esse papel. E a própria família incentiva
o consumo. O álcool gera uma doença de longa evolução (dez anos em média) e o
abuso entre jovens os leva a drogas maiores – uma delas é o exstasy, encontrado
em dois tipos de pastilha: a MAP (meta-anfetamina) e a MDMA (metil-dietil-MA),
esta com propriedades alucinógenas. O adolescente se expõe hoje muito mais ao
álcool. Está se formando uma geração de dependência de álcool. Além dos riscos
à saúde, há s perigos de dirigir embriagado, da violência e de traumatismos
decorrentes do abuso de álcool.
Sabemos que tudo se inicia no primeiro gole. Depois
vem a necessidade do segundo, do terceiro e o alcoolismo se instala em nossas
vidas. A sede, o sabor, a oportunidade social, as comemorações, a
obrigatoriedade em aceitar um drinque oferecido por um amigo, são as muitas
desculpas nas quais nos apoiamos para ingerir as doses que mais tarde serão
letais. Precisamos estar atentos para não cometer exageros, abusos, e não
resvalar por ess hábito social, que pode terminar por nos condicionar a ele e
nos transformar num trapo de gente, num farrapo humano. Ressalte-se que os
limites entre o uso social e a dependência nem sempre são claros.
Allan Kardec indagou à espiritualidade se o homem
poderia, pelos seus próprios esforços, vencer suas inclinações más. Os
espíritos, de maneira objetiva, responderam afirmativamente, explicando que o
que falta nos homens (sobretudo nos viciados) é a força de vontade e a legítima
fé em Deus.
Jorge Hessen
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – setembro/2012
2 comentários:
Amiga Denise, o álcool é realmente um flagelo.
Um abraço. Tenhas uma boa noite.
GRANDE VERDADE E LINDO POST!
SE HOUVESSE VONTADE REAL TODOS DEIXARIAM ESSE VÍCIO E TANTOS OUTROS,POIS O FLAGELO É COM A PRÓPRIA PESSOA E OS FAMILIARES.
FALTA DEUS NOS CORAÇÕES!
BEIJOS E LINDA SEMANA!
DONETZKA
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