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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


domingo, 11 de novembro de 2012

AUTO-REALIZAÇÃO DO ADOLESCENTE ATRAVÉS DO AMOR II


Lentamente, os sentimentos se vão definindo no adolescente e ele passa, através da socialização, a perceber o que lhe agrada aos sentidos e aquilo que lhe embeleza a emoção, dando-lhe firmeza nas decisões, interesse nas definições e eleição nos postulados que abraça, incluindo as pessoas que o cercam, que constituem os grupos nos quais se movimenta.
Há inúmeras motivações para o amor, que atraem o jovem necessitado de compreensão e de paciência, até o momento em que possa definir os rumos e atividades a desenvolver, de forma a fixar as propostas do sentimento no íntimo, sem perturbação nem ansiedade.
Os exemplos de abnegação na família, de desinteresse imediato quando se ama, de dedicação aos valores de enobrecimento, aos esforços pela conquista dos patamares elevados da nobreza e do caráter, constituem emulação para o jovem resolver-se pela faculdade de amar, ao invés de hipertrofiar esse sentimento nas baixas aspirações dos desejos infrenes e apaixonados que geram dificuldades e escravidão.
O adolescente tem necessidade de ser aceito pelo grupo de companheiros, falar-lhe o mesmo idioma, adotar os mesmos hábitos, participar dos mesmos desportos, empreender as mesmas marchas, partilhar os mesmos valores, as metas idênticas. Esse apelo surge naturalmente e ele é impelido ao meio social quase que por instinto. Se for seguro emocionalmente, terá facilidade de adaptação sem que sofra a influência determinante do conjunto, podendo selecionar aquilo que lhe interessa, deixando de lado o que se lhe apresente como destituído de valor. Se, todavia, sente-se desamado, preterido no lar, prende-se ao novo clã, assumindo uma identidade desconfiada, agressiva e violenta. Noutras vezes, por timidez, pode evitar a socialização e afastar-se, alienando-se.
Quando vitalizado pelo amor da família, tem facilidade de exteriorizar o mesmo sentimento, tornando-se membro ativo e de significação no grupo, face à empatia que desperta e provoca nos demais. Nessa fase, surge-lhe o que se denomina estágio operacional formal, no qual começa a pensar abstratamente, a formular raciocínios em torno do que poderá ser, ao invés de apenas estar como se apresenta. Surge também o perigo do egocentrismo, quando o adolescente começa a contestar os valores dos pais, da família, da sociedade, tornando-se crítico contumaz de tudo quanto observa. Amadurecendo, passa para o desenvolvimento cognitivo, que faculta a instalação do amor, que definirá os rumos da sua identidade social e pessoal.

ADOLESCÊNCIA E VIDA                
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS


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