O
progresso é lei natural, cuja ação se faz sentir em tudo no universo, não
sendo admissível, por conseguinte, possa o homem frustrá-la ou
contrapor-se-lhe.
Com efeito, impulsionado por ela, o homem foi
perdendo, ao longo dos séculos, as ferezas do troglodita, a amoralidade do
bárbaro, a insipiência do selvagem, num desenvolvimento intelecto-moral
vagaroso, mas seguro e ininterrupto, eis que, imagem e semelhança de Deus, está
fadado a adquirir todos os conhecimentos da Sabedoria e todas as virtudes da
Santidade.
Claro que ele se encontra, ainda, bastante
distanciado dessa perfeição, mas quem quer que conheça um pouquinho de história
da civilização, não pode deixar de reconhecer o enorme avanço, não só na
técnica como nos costumes, que conseguiu realizar.
É verdade, sim, que o seu progresso moral se acha
muito aquém do fabuloso progresso intelectual a que chegou, e daí porque prevalece, em nossos dias, uma
ciência sem consciência, valendo-se, não poucos, de suas aquisições culturais,
apenas para prática do mal.
Os funestos resultados do mau emprego de sua
inteligência recairão, porém, fatalmente, sobre si mesmo, arrancando-lhe
sangue, suor e lágrimas em crescente profusão, até que, trabalhado pela dor,
ganhará experiência, aprendendo então a equilibrar as forças da mente e do
coração, como lhe convém, para que sua marcha ascensional se efetue sem quedas
nem desvios.
É verdade, também, que o egoísmo e o orgulho,
inspiradores de muitas das leis iníquas em vigência neste mundo, favorecendo os
poderosos em prejuízo dos fracos, podem retardar, como efetivamente têm
retardado, a prosperidade e o bem-estar comuns.
E que a Providência, para dar ao homem o mérito do elevar-se
pelo próprio esforço e livre iniciativa, sempre lhe concede moratória para que
corrija e aperfeiçoe suas instituições, visando aquele objetivo.
De tempo em tempo, entretanto, esgotados os compassos
de espera, sacode-as violentamente, destruindo privilégios odiosos,
preconceitos estúpidos e govdrnos opressores, dando ensejo a que, embora a
contragosto dos reacionários e dos retrógrados, o progresso se faça e a conduta
humana se harmonize, gradativamente,com a Lei Divina, que outra coisa não quer
senão que os bens terrenos sejam partilhados equitativamente por quantos hajam
concorrido para produzi-los, e que a paz, alicerçada na justiça, seja uma
bênção a felicitar todas as raças e nações.
Antes de malsinar a civilização, urge que cada um de
nós ofereça a sua contribuição pessoal para que ela se apure; e, em vez de
tentarmos embaraçar a torrente do progresso, acompanhemo-lo, porque,
resistir-lhe, é correr o risco de ser esmagado.
Do Livro: As Leis
Morais – Rodolfo Calligaris
3 comentários:
Denise. Maravilhoso texto!
O homem ainda tem muito que percorrer para chegar à perfeição!
Em minha opinião,somente em outros planos superiores.
Mas depende de cada um de nós esculpirmos nossos espiritos praticando o bem e se despindo de sentimentos maus.
É um recomeçar constante e temos que ficar sempre vigilantes!
Beijos e ótimo fim de semana!
Donetzka
Linda mensagem, tenho este livro há muitos anos...é um tesouro!!
Beijinhos!!♥
Não conhecia esse livro, obrigada pela dica.
Passei aqui nesse 1o. de dezembro para desejar um mês de festas repleto de amor, de alegrias e de renovação de Fé, de esperanças e de sonhos!
bjs Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com.br//
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