Percebamos a profundidade do pensamento de Jesus em
resposta ao questionamento do discípulo, quando afirma que se deve perdoar 70
vezes 7 vezes. O Mestre sinaliza que a necessidade do perdão é infinita e que
não existe uma quantidade definida para isto. Apenas o nosso estado de
limitação e a nossa falta de paciência é que limitam a quantidade de perdão que
vamos praticar. Quando anunciou números, Ele apenas apontou que a quantidade de
vezes não tem importância alguma, o que realmente tem peso e valor é a
qualidade do perdão. O bom perdão é aquele em que há o esquecimento do fato
gerador da falha ou, lembrar apenas como aprendizado, sem sentimentos de mágoas
ou ódio.
Depois da Lei de Causa e Efeito, Jesus nos fala da
reencarnação, aconselhando a cada um de nós que aproveite esta oportunidade que
ora temos na matéria, que prossigamos sem deixar nenhuma mágoa e nem ódios para
as vidas futuras. Nosso adversário pode ser transitório ou não, isso depende de
nossas atitudes. Se nos mostrarmos benemerentes, mesmo que não tenhamos sido
responsáveis pelo problema ocorrido, não teremos inimigos futuros. Conseguir
perdoar é o maior demonstrativo de que estamos, finalmente, abolindo o nosso
orgulho.
Em nossa imperfeição, acreditamos que Deus vai gostar
mais de nós pela nossa assiduidade ao templo religiosos ou ao centro espírita.
Podemos até crer que a doação de cestas básicas aos mais necessitados, também
seria nosso passaporte para o Reino. Na realidade, o que o Mestre Jesus nos
pede é que nos reconciliemos com o nosso adversário. Quem perdoa, exercita num
único ato três virtudes agradáveis à Deus: humildade, paciência e misericórdia.
A oferta verdadeira do cristão não são atos materiais ou exteriores, mas a
modificação espiritual, com atos de reflexão íntima e em favor do próximo. De
que adianta estudar o evangelho e não praticá-lo?
O Mestre é explicito: que misericórdia é esta nossa
quando reparamos mais nos pequenos defeitos dos outros, esquecendo-se que
nossas imperfeições são maiores? Com que rapidez vestimos a toga de juízes ou
promotores, a severidade com que observamos as faltas alheias é
proporcionalmente inversa quanto às desculpas que encontramos para justificar
nossas falhas. Jesus, por esta passagem, ainda condena a maledicência e o
pensamento maléfico. O Senhor não nos impede de auxiliar e aconselhar os que
erram, desde que isso seja feito de maneira cortês, sem segundas intenções e
uma atitude voltada para aprendizado. Quando formos alertar um irmão que está
no erro, temos que agir com um verdadeiro sentimento de caridade e
benevolência, e não com uma superioridade moral que muitas vezes não temos para
jamais ter dúvidas de como agir, questionemos os nossos atos diários e vejamos
se estamos seguindo a lei máxima de Jesus: Fazei ao próximo aquilo que quereis
que o próximo faça a você.
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – março/2013
Um comentário:
Num conto de Conan Doyle, "O tiro final", um atirador atira no alvo e acerta em si mesmo. É conto fantástico, mas expressa exatamente a Lei de causa e efeito: Nada é jogado no universo sem que se obtenha a reação. Exatamente como a ilustração do post, muito bem escolhida.
Beijos.
Postar um comentário