Outras vezes, a imaturidade psicológica reage pela forma
de violência, de agressividade, decorrentes dos caprichos infantis que a vida,
no relacionamento social, não pode atender.
Uma peculiar insensibilidade emocional domina o indivíduo,
que se desloca, por evasão psicológica, do ambiente e das pessoas com quem
convive, poupando-se a aflições e somente considerando os próprios problemas,
que o comovem, ante a frieza que exterioriza quando em relação aos sofrimentos
do próximo.
O homem nasceu para a auto-realização, e faz parte do
grupo social no qual se encontra, a fim de promovê-lo crescendo com ele. Os
problemas devem constituir-lhe meio de desenvolvimento, em razão de serem-lhe
estímulos-desafios, sem os quais o tédio se lhe instalaria nos painéis da
atividade, desmotivando-o para a luta.
Desse modo, são parte integrante da estruturação mental e
emocional, responsáveis pelos esforços do próximo e do grupo em conjunto, para
a sobrevivência de todos.
O solitário é prejuízo e dano na economia social, perturbando
a coletividade.
Fatores que precedem ao berço, presentes na historiografia
do homem, decorrentes das suas existências anteriores, situam-no, no curso dos
renascimentos, em lares e junto aos pais de quem necessita, a fim de superar as
dívidas, desenvolver os recursos que lhe são inerentes e lhe estão adormecidos,
dando campo à fraternidade que deve viger em todos os seus atos.
Assim, cumpre-lhe libertar-se da infância psicológica, mediante as terapias competentes, que o
desalgemam dos condicionamentos perniciosos, ao mesmo tempo trabalhando-lhe a
vontade, para assumir as responsabilidades que fazem parte de cada período do
desenvolvimento físico e intelectual da vida.
Partindo de decisões mais simples, o exercício de ações
responsáveis, nas quais o insucesso faz parte dos empreendimentos, o homem
deve evitar os mecanismos de evasão, assim como as justificativas sem sentido,
tais: não tenho culpa, não estou
acostumado, nada comigo dá certo, aí ocultando a sua realidade de
aprendiz, para evitar as outras tentativas que certamente se farão coroar de
êxitos.
A experiência do triunfo é lograda através de sucessivos
feitos. O acerto, nos primeiros tentames, não significa a segurança de
continuados resultados positivos.
Em todas as áreas do comportamento estão presentes a
glória e o fracasso, como expressões do mesmo empreendimento.
A fixação de qualquer aprendizagem dá-se mediante as
tentativas frustradas ou não. Assim, vencer o desafio é esforço que resulta da
perseverança, da repetição, sem enfado nem cansaço.
Toda fuga psicológica contribui para a manutenção do medo
da realidade, não levando a lugar algum. Mediante sua usança, aumentam os
receios de luta, complicam-se os mecanismos de subestima pessoal e
desconsideração pelos próprios valores.
O homem, no entanto, possui recursos inesgotáveis que
estão ao alcance do esforço pessoal.
Aquele que se demora somente na contemplação do que deve
fazer, porém, não se anima a realizá-lo, perde excelente oportunidade de
desvendar-se, desenvolvendo as capacidades adormecidas que o podem brindar com
segurança e realização interior.
Todo o esforço a ser envidado, em favor da libertação dos
mecanismos de fuga, contribui para apressar o equilíbrio emocional, o
amadurecimento psicológico, de modo a assumir a sua humanidade, que é a
característica definidora do indivíduo: sua memória, seus valores, seus atos,
seu pensamento.
A fuga, portanto, consciente ou não, no comportamento
psicológico, deve ser abolida, por incondizente com a lei do progresso, sob a
qual todas as pessoas se encontram submetidas pela fatalidade da evolução.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
2 comentários:
Pois é amiga Denise, frequentemente ouvimos pessoas dizerem que são perseguidas, azaradas, fracassadas, que nem adianta tentar fazer nada, pois serão derrotadas pelas forças do destino, geralmente fracassam mesmo, mas por falta de ação.
Um abraço. Tenhas um feriadão de paz.
E ainda tem isso, fugir dos compromissos imprescindíveis não leva ninguém a um estado de paz e descanso, normalmente é o contrário, muita ansiedade e, frequentemente, depressão.
Prefiro o enfrentamento - depressinha!
Beijos.
Postar um comentário