O trânsito pela reencarnação enseja
ao ser o desenvolvimento dos valores éticos, ampliando-lhe o espaço mental
para as conquistas relevantes.
Ao mesmo tempo, quando entorpecida a
consciência, antes lúcida, o indivíduo deixa-se conduzir através do mergulho
nas distrações, que lhe
constituem os interesses máximos do dia-a-dia, olvidando as qualidades
superiores que propiciam realmente a felicidade.
Essas distrações prendem-lhe a
atenção e detêm-lhe o processo de busca interior, empurrando-o para as fugas
espetaculosas e as transferências das metas prioritárias, importantes, para
aquelas que enganam, apaixonando-o e levando-o às conquistas vazias das coisas
que não proporcionam mais do que o breve bem-estar da volúpia egoística do
momento, expressa nos prazeres que logo se esfumam.
Quando convidado às reflexões
profundas a respeito da sua realidade como ser imortal, encharcado pelas
paixões como se encontra, não consegue deter-se em uma demorada análise de si
mesmo, porque logo os pensamentos se expandem em várias direções,
afugentando-o do objetivo essencial propiciador do auto-encontro.
Saciado pelo
gozo, embora atormentado pelo desejo de novos prazeres, a sua fixação mental é
somente possível quando se refere ao campo das sensações, nas quais chafurda
até a exaustão, para retornar à posição anterior de ansiedade e insatisfação.
Acostumado às idéias do imediato,
que trazem respostas momentâneas, logo a seguir, qualquer projeção no tempo
constitui-lhe sacrifício vão, porquanto não se dispõe a levar adiante a
proposta inicial de realização demorada.
Os indivíduos, psicologicamente adormecidos, são ainda fisiológicos,
não obstante possam estar projetados na sociedade e até mesmo bem considerados
por ela.
Despertar significa identificar
novos recursos ao alcance, descobrir valores expressivos que estão desperdiçados,
propor-se significados novos para a vida e antes não percebidos...
O despertamento retira o véu da
ilusão e faculta a percepção da realidade não fugidia, aquela que precede a
forma e permanece depois da sua disjunção.
Estar desperto é encontrar-se
participe da vida, estuante, tudo realizando com integral lucidez.
E mesmo o ato de dormir, para a
aquisição do repouso físico, porque precedido de conhecimento do seu objetivo,
torna-se um fenômeno de harmonia, sem os assaltos de clichês mentais arquivados, que assomam em forma de pesadelos
tormentosos.
A fixação do despertamento resulta
dos insistentes e contínuos espaços da mente, preenchidos pelo desejo veemente
de adquirir lucidez.
Tudo quanto faz, realiza-o de forma
consciente, desde o ato de coçar-se, quando concentrado, até o de superar o
cansaço com o seu séquito de indisposições orgânicas e psíquicas.
(continua)
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de
Ângelis
Um comentário:
Olá! A consciência é a flor da alma, que acusa e contunde o que vai errado e o que vai certo! abração
Postar um comentário