“A consciência de amar
e ser amado traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer”,
disse o escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900). Talvez seja por isso que
nós, seres humanos, vivemos na eterna busca por um amor de verdade.
O problema é que nem todos conseguem encontrar a
pessoa certa e estabelecer uma relação duradoura. Isso pode fazer com que a
autoestima despenque, dificultando ainda mais o processo de vir a encontrar
realmente essa cara metade: a alma gêmea.
Para o sexólogo Marcos Ribeiro, as pessoas que têm
esse tipo de dificuldade devem, antes de mais nada, se conhecer e cuidar delas
mesmas. “uma pessoa que está bem consigo mesma tem maior possibilidade de
encontrar o amor”, diz.
Uma regra básica é o amor próprio. Isso vai ser
importante para a vida toda e fazer com que se sobressaia em todos os campos.
A falta de satisfação pessoal e ausência de
autoestima fazem com que homens e mulheres boicotem as próprias escolhas, sem
entender como alguém pode amá-los se eles mesmos se sentem um lixo. “Para que
possamos ter o amor de outra pessoa, precisamos, antes de mais nada, nos amar,
entendendo nossas virtudes e compreendendo nossos defeitos.”
O grande problema é quando uma pessoa atribui à outra
a sua felicidade, sendo que, na verdade, ela está em si mesma. Quando você acha
que o outro é capaz de fazer você ser feliz, de colocar um sorriso nos seus
lábios, está colocando muito peso no ombro dessa outra pessoa. “Temos de buscar
a felicidade dentro da gente, sabendo que somos capazes, e nos capacitarmos
para tal”, diz o sexólogo.
Quando gostamos pelo menos um pouquinho de nós mesmo,
o rosto muda e fica sereno, o franzido da testa sai, o ar fica mais leve e as
outras pessoas com certeza irão olhar para nós.
E é importante dizer que a partir daí não existem
regras. Você pode gostar de alguém que pode ser o mais bonito, o mais feio, o
que tem muito dinheiro ou nenhum, o que está em forma. As qualidades que o amor
verdadeiro procura não são essas.
E como saber se chegou realmente essa hora? Não tem
receita. Na hora em que você vir uma pessoa, olhar para ela e perceber que o
coração bateu um pouco mais forte, for para casa pensando nela, ou ligar apena
para ouvir a voz e desligar o telefone, essa pode ser justamente a pessoa que
você estava procurando, o amor da sua vida, a pessoa que sempre esperou.
O médico psiquiatra Luiz Alberto Py, afirma que, para
ser saudável, toda relação de amor começa pela autoestima. Se você não se ama,
como poderá amar outra pessoa?
É importante, portanto, estar atento para a
importância de desenvolver a autoestima, assim como a capacidade de amar. Desta
forma, será mais fácil atingir os objetivos, principalmente no sentido de
sermos mais felizes.
O amor saudável é o que vai sendo construído aos
poucos, quando você ama alguém e essa pessoa ama de volta. “Cada um vai
acrescentando um pouco à relação. É como construir uma parede com tijolos.
Neste sentido, o amor vai crescendo porque vai sendo alimentado, nutrido por
ambos”, explica Py.
Para merecer um amor você precisa amar também, e como
você vai amar alguém se você não se ama? O ponto de partida do amor é sempre a
autoestima. Se você se ama, você aumenta em muito a chance também de ser amado.
O remédio para recuperar a autoestima perdida, de acordo
com Alberto Py, é a tolerância. É ela quem nos ensina a lidar com nossos erros.
Mas isso exige que sejam desmistificados os falsos
valores aprendidos, os conceitos de perfeição que nos impõem o sucesso como
condição para gostarmos de nós mesmos.
É preciso atenção e paciência para, aos poucos,
reaver a capacidade de nos querermos bem, independentemente de quem somos, se
somos ou não os melhores, os mais bonitos ou mais inteligentes.
Quando desenvolvemos a capacidade para tolerar nossos
erros, percebemos que essa atitude reforça a autoestima, a qual, por sua vez,
contribui para aumentar a tolerância, gerando um círculo virtuosos que melhora
de modo contínuo a relação que temos conosco. Agindo desse jeito, revigoramos o
amor próprio.
Gisele Bortoleto
Extraído da Revista Bem
Estar de 20/03/2011 –
Encarte do Jornal Diário da Região de São José do Rio
Preto
Um comentário:
Olá querida Denise, não conhecia a Gisele Bortoleto, mas adorei o texto que ela escreve!! Maravilhosa escolha!!
Beijos, e muita luz!!♥
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