O altruísmo, no processo de expansão, apresenta-se,
também, com uma formulação ética.
Entendamos essa ética, na condição de serenidade que
respeita todos os comportamentos, sem impor a sua forma de ser, de encarar a
vida, de manifestar-se. Além de uma ética moral, tem um caráter universal,
superando os interesses e convenções geográficas, que estabelecem conceitos de
conveniência, estribados em preconceitos e limites, estatuídos em leis
transitórias, às vezes, necessárias, mas que não objetivam o bem comum.
Assim, observamos éticas que apóiam estados
escravocratas, limitam a liberdade de movimento, freiam a procriação, perseguem
os que discordam dos seus códigos, punem e dizimam a seu bel-prazer.
A ética da generosidade centraliza suas atenções na
lei natural ou de amor, que respeita a vida em todos os seus estágios e ampara
todos os seres sencientes, facultando-lhes a expansão.
Allan Kardec recebeu dos benfeitores da humanidade as
diretrizes éticas perfeitas, oriundas da lei natural, porque procedente de
Deus, a irradiar-se em várias outras, que fomentam o progresso, preservam a
vida e dignificam a todo, promovendo o homem através do trabalho, igual ao seu
irmão na origem e diferente nas conquistas intelecto-morais, sem privilégios,
porém, ao alcance de todos.
Essa ética faculta discernir o correto do equivocado,
impulsionando a criatura à aquisição de uma consciência elevada, resultado da
eleição dos valores positivos, que tornam a vida digna de ser fruída.
A sua moral é centrada na generosidade, sem a falácia
da anuência ao erro ou qualquer atentado aos códigos da ordem, do dever, da
justiça.
Toda a sua estrutura de responsabilidade visa a
promoção dos seres e do seu habitat, ao considerar a interdependência que
existe entre eles.
Não elege os seres em detrimento de outros, embora a
sua expressão de amor varie de acordo com as respostas afetivas, o que não
invalida a necessidade de superar a pertinácia dos maus e tê-los em conta como
necessitados também da generosidade, qu pode e lhes deve ser dispensada.
Normalmente, sob a ação do desejo, as demais pessoas
são classificadas de acordo com o interesse que fomentam, com o lucro que
proporcionam, tornando-as afáveis e amigas, antipáticas ou inimigas,
insignificantes ou indiferentes. Manifestam-se, então, os sentimentos do amor
possessivo, do desamor e do ódio, e de desinteresse ou indiferença. A ética da
generosidade propõe a conquista dos valores que permanecem escondidos nos
últimos, e a compreensão, quando os primeiros não correspondem ao modelo ao
qual foram submetidos.
Não é castradora, por apresentar-se destituída de
caráter punitivo; não obstante, o seu senso crítico analisa tudo e todos de
modo a produzir o melhor.
A ética da generosidade é tranquila e, nesse
conceito, pode ser considerada como a conquista da serenidade, conforme o seu
significado profundo em sânscrito.
Como efeito, é paciente, não antecipando
apressadamente realizações, nem buscando resultados imediatos.
(continua)
Fonte: PLENITUDE
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
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