Se
as figuras parentais foram exemplares nos papéis de cônjuges, a repercussão nos
filhos será muito positiva, favorecendo a reedição de comportamentos adequados
e virtuosos.
Os
filhos reproduzem com maior ou menor fidelidade e competência a forma
apropriada como os pais se tratavam, cuidavam-se, assistiam-se, revelando o que
viram quando eram crianças. Como atores, reeditam exatamente o texto que
aprenderam, seguindo o roteiro da peça amorosa escrita e encenada por seus
pais.
Todavia,
se os filhos presenciaram vivências destrutivas e atitudes infelizes dos seus
pais, na posição de consortes, será inevitável que tragam ,inconscientemente,
scripts com tendência para repetir, nas relações afetivas de namoro ou de
acasalamento, as cenas que assistiram. Reproduzem, assim, comportamentos muito
similares àqueles que seus pais tiveram entre si, ou então assumem atitudes
outras, radicalmente diferentes, mas raramente equilibradas, em oposição
inconsciente ao que experimentaram no lar.
Escolhemos
pessoas que nos suscitam reproduzir o tipo de transação emocional que
frequentemente vimos em nossa família de origem. Talvez como uma tentativa de
limpar os conteúdos conflituosos que carregamos de nossa história de vida e que
não conseguimos elaborar ou resolver.
É
por isso que vemos as cenas familiares se reescreverem, em reprise indesejada,
trazendo os mesmos conteúdos, com variações a depender de cada espírito
encarnado.
O
eco conjugal dos pais alcança os filhos até em sua idade adulta, exigindo
destes apurada atenção para identificá-los e tratá-los, a fim de que tais
ruídos não infelicitem a sinfonia da nova conjugalidade.
(continua)
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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