A criminalidade só avança onde morre o amor e nasce o
egoísmo. Lá, no Livro dos Espíritos, já está escrito que “numa sociedade
organizada segundo a Lei do Cristo ninguém deve morrer de fome” (questão 930).
O sistema que aí está, asseado na globalização da economia, do consumo e da
miséria, empurra os excluídos na vala da violência sistêmica. A soma
competição/ambição/egoísmo, dá como resultados o crime, a violência, a miséria.
Enquanto algumas igrejas se perdem na vinda de milagres, transformando o pão da
caridade em pisos de mármore de templos suntuosos, adolescentes de dez ou onze
anos, para ter seus celulares da moda, integram-se ao tráfico de drogas.
Já ciente de que o progresso material levaria a
humanidade ao estágio atual, Kardec, na questão 919, de O Livro dos Espíritos,
perguntou aos Benfeitores Espirituais sobre “qual o meio prático mais eficaz
que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?”, ao
que os mentores espirituais responderam: “Um sábio da Antiguidade vo-lo disse:
Conhece-te a ti mesmo”. Ainda no Pentateuco espírita, vamos encontrar em A
Gênese, no capítulo XVIII, outros tantos importantes ensinamentos sobre os
graves momentos que ora enfrentamos. Kardec antevê de que passaríamos por
momentos de mudanças no mundo, quando afirma que não mais as entranhas do
planeta se revolveriam, “mas as entranhas da humanidade”, conforme descrito no
item 7 do referido capítulo. Isto, quer dizer que a solução está no íntimo de
cada criatura, interior que deve ser modificado, transformado, tocado realmente
pelos ensinamentos e vivência dos ensinos de Jesus, iluminados pelos
esclarecimentos da Doutrina Espírita.
Acabar com a criminalidade, extinguir a violência,
são atos muito profundos, que jamais serão responsabilidades de parlamentares e
governantes. São tarefas nossas, intransferíveis, estabelecendo o Evangelho de
Jesus como o Grande Roteiro de nossas almas, de nossas vidas. O amor que nos
foi ensinado pelo Mestre é o único leme seguro para reajustar o barco do mundo
nos mares dos vícios e dos erros é preciso readquirir forças para combater
nossas tendências inferiores, a fim de que possamos deixar nascer em nós o homem
novo, a fim de que sejamos a luz da candeia para arrebanhar no caminho do bem
os espíritos que caminham conosco. Só assim, transformaremos a Terra na morada
do Bem, do Amor e da Paz, na transição para o mundo de regeneração.
Orlando Ribeiro
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – setembro/2014
imagem: google
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