Com a chegada do período eleitoral, por certo,
ouviremos centenas de candidatos apresentarem ou defenderem propostas
miraculosas para acabar com a criminalidade e a violência. Construção de mais
presídios, redução da maioridade penal, mudanças no Código Penal, aumento do
efetivo policial, unificação das policias e por aí afora. Algumas propostas
contribuiriam para uma melhoria? Claro, mas longe estão de resolver a situação.
O Brasil (e o mundo) precisa mesmo é de uma revolução... Revolução Moral. A
verdade mais antiga é: não se muda o mundo, se o homem não muda. É esse momento
histórico que coloca a Doutrina Espírita no frontispício da mudança, quando se
atesta que Kardec codificou um conjunto de leis e princípios destinado a
mostrar à Humanidade que somente seguindo os ensinamentos do Mestre Jesus se
poderá alterar o panorama do mundo. É chegada a hora de reconhecer o
Consolador, a nova revelação prometida por Jesus. Mais do que nunca, a escalada
da violência aponta na direção da urgente reforma espiritual: ou o homem
aprende a ser solidário, fraterno, enfim, a amar, ou caminharemos de volta para
os mundos infelizes de onde viemos, um dia.
Hoje, nosso caminhar está pesado, difícil. O orgulho
e a cupidez nos aprisionam nos valores terrenos. Precisamos refazer o caminho,
pensar no ser espiritual que habita nosso corpo. A doutrina espírita é clara ao
afirmar que a evolução moral do homem caminha no sentido do desapego material e
isso promove a diminuição da densidade do perispírito. A transformação moral do
home, que significa a adoção da ética do amor no coração de cada indivíduo,
haverá de tornar o mundo menos material, menos denso. O antigo político e
humanista francês Jean Jaurès, antevia a necessidade de mudanças em um de seus
livros, quando afirmava “o que me aflige na sociedade presente não são só os
sofrimentos materiais que um melhor regime poderá abrandar; são as misérias
morais que desenvolvem o estado de luta e uma monstruosa desigualdade, uns são
escravos de sua fortuna como outros são escravos da sua pobreza, em cima como
embaixo, a ordem social atual faz apenas escravos, pois não são homens livres
estes que não tem nem o tempo, nem as forças de viver para as partes mais
nobres do seu espírito e da sua alma”. (Ideias Sociais Espíritas, Cleusa
Colombo, 1998:93)
Outro fio condutor da afirmação também está presente
nos escritos de Leon Denis, quando este defende que o objetivo do espiritismo é
a transformação estrutural da sociedade, a partir da reforma do homem, para que
não haja mais classes em conflito a alimentar a competição sistêmica. Ele
afirma, sem sofismas, que “para colocar um freio às paixões violentas, às
cobiças furiosas, a todos os baixos instintos que entravam o progresso social,
não é preciso apelar para a inteligência e a razão, é preciso, sobretudo, falar
ao coração do homem, ensiná-lo a reconhecer a finalidade real da vida, seus
resultados, suas consequências, suas responsabilidades, suas sanções”.
(Socialismo e Espiritismo, Léon Denis, 1982:51) É preciso evangelizar, difundir
as verdades espirituais, propagar Jesus. Isso é que mudará o Brasil e o mundo.
(continua)
Orlando Ribeiro
Fonte: Jornal
Espiritismo Estudado – setembro/2014
imagem: google
Nenhum comentário:
Postar um comentário